segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Los Roques - Cayo de Agua e Dos Mosquises

Ontem fomos para a ilha de Cayo de Agua, uma das mais conhecidas, mas também uma das mais distantes. A ida levou um pouco mais de uma hora, em uma lancha com 14 pessoas, mar bonito e molhando bem quase todos os passageiros. Mas valeu a pena porque foi a ilha mais bonita até agora e onde fizemos a melhor sessão de snorkel! Lá tem o maior cayo de agua, com mar verde dos dois lados, maravilhoso!

Saímos de lá e fomos para a ilha de Dos Mosquises, que conduz um projeto para salvar tartarugas ameaçadas de extinção. Eles as criam até um ano de idade. A Juli pôde segurar uma e soltar ela no mar!

Na volta tivemos problemas com o motor e voltamos bem devagar, até que paramos em outra ilha e mudamos de lancha. Nem tudo são flores aqui: muitas picadas de mosquito, a luz na vila é intermitente, os geradores são barulhentos e já tivemos 2 baratas no quarto (aparentemente são comuns aqui e a Juli ta ficando mais corajosa). Nossa máquina fotográfica não é a prova d'água como anunciado e parou de funcionar no primeiro teste aquático (ainda bem que o Macalé e o Rafa tiram bastante foto). O único problema com o sol foi o Leo ter queimado a panturrilha fazendo snorkel. O preço das pousadas não é barato e quem gosta de conforto poderia se perguntar se não preferia ficar em um hotel top em outro lugar pelos mesmos 200 dólares da diária (com pensão completa). Mas estamos gostando muito e ontem comemos um atum delicioso no jantar, pescado no dia. Cada lugar com suas vantagens!

sábado, 29 de dezembro de 2012

Los Roques - Madrizqui e Francisky

Chegamos no Parque Nacional de Los Roques em um avião da Aerotuy para 44 pessoas, que pousa em uma pista no meio da ilha. Não é um aeroporto propriamente dito, só tem um guichê pra pagar a taxa de 180 bolívares por pessoa para entrar no Parque. O Jesus, dono da nossa pousada, nos recebeu com um carrinho para levar as malas. Ele disse que moram 1700 pessoas na vila e que 60% são crianças (precisam contar os cachorros também porque tem muitos!)

A Posada Los Corales só tem 4 quartos e tudo é feito pelos donos (Jesus e Celeste) e uma ajudante (Sulimar), mas nessa época os 3 filhos deles também estão aqui ajudando. O quarto tem ventilador e ar-condicionado e gostamos muito do atendimento e atenção dos donos. Não é a pousada mais luxuosa da ilha mas também não é a mais simples. Tivemos o sentimento que a qualidade das pousadas é proporcional ao preço e os passeios também são tabelados.

No primeiro dia fomos pra ilha de Franzisky, a segunda mais próxima de Gran Roque (a maior ilha, onde ficam a vila e as pousadas). Uma lancha a motor com capacidade para umas 12 pessoas nos levou para a ilha e nos deixou lá, com guarda-sol, cadeiras e a cava preparada pelo Jesus. Cava é uma caixa térmica com água, refrigerante, sanduíche, frutas, bolachas, um saco de gelo e no nosso caso cerveja (cobrada a parte), tudo o que precisamos para passar o dia na praia! Lá já encontramos a Raquel (irmã do Macalé) e o Rafa e passamos o dia com eles. A água do mar é maravilhosa e alterna tons de azul e verde. Dá pra mergulhar com snorkel todos os dias e andar na praia para ver outros lados da ilha, muito legal!

Saímos de lá umas 4 da tarde, chegamos na pousada, tomamos banho e fizemos uma siesta. O jantar é servido às 19h30 em uma mesa para os 8 hóspedes da pousada e é delicioso, sempre tem peixe fresco pescado no dia! Na nossa pousada só têm casais venezuelanos, o que é muito bom pois estão sempre nos ensinando coisas daqui.

O dia seguinte foi bem parecido só que fomos para Madrisqui e lá tem um pequeno cayo, uma passagem de areia com agua nos dois lados, muito bonita! O Macalé chegou e nosso grupo agora já tem 6 pessoas. Amanhã vamos conhecer Cayo del agua.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Los Roques - Bajo Fabian e Boca de Sebastopol

Dia 01/01 foi dia livre em Los Roques: acordamos mais tarde, tomamos café e por volta do meio-dia demos uma volta na vila pra ver como é a vida em terra e descobrimos que não acontece absolutamente nada! Lemos nossos livros, fizemos cruzadinha e o dia ficou por isso mesmo.

No dia 02/01 fomos para Bajo Fabian, um pequeno banco de areia no meio do mar azul! Fomos os primeiros a chegar e por 10 minutos pensamos que o teríamos só pra gente, mas depois chegaram mais alguns barcos. A sensação de isolamento foi ótima! O Macalé e a Raquel foram embora ao meio-dia pra voltar pro Brasil e nós ficamos até umas 4. Comemos um atum sensacional no jantar!

No dia 03/01 tivemos provavelmente nosso melhor dia! Fechamos o passeio para Boca de Sebastopol na Posada Guaripete, com um guia chamado Chichi. Pra começar falamos diretamente com ele e a dona da pousada na noite anterior, sem intermediários e eles nos explicaram exatamente como seria o dia. Saímos um pouco mais cedo do que o normal pois ficamos num banco de areia com espaço limitado. Chegamos lá e fizemos um pouco de snorkel, mas tinha correnteza e era muito raso, então não foi dos melhores. Quando já estávamos nos acomodando para tomar uma cerveja o Chichi passou, falou que iria fazer snorkel e perguntou quem queria ir com ele e é claro que fomos. Para nossa surpresa ele pegou o barco e andamos alguns metros até chegar numa parte que parecia mar aberto, com ondas pequenas mas que davam uma certa apreensão. Ele pulou antes, disse que estava tudo ok e nós fomos em seguida (com mais 4 passageiros). Quando entramos no mar toda a apreensão passou! Tudo muito calmo, visibilidade gigantesca e um fundo do mar que parecia protetor de tela de computador: peixes coloridos, corais e os raios de sol entrando no mar, foi maravilhoso! O Chichi ficava mergulhando e procurando bichos no meio das pedras e acabou conseguindo pegar um caranguejo que levamos pra praia. Diz a lenda que uma vez ele pegou umas lagostas nesse esquema e cozinhou ali no banco de areia mesmo para os passageiros do barco dele! Foi muito legal ver um barqueiro que realmente gosta do que faz e se diverte explicando e mostrando as coisas pros turistas porque tirando ele todos até então sempre tinham sido secos e pouco comunicativos. No final ainda passamos por Cayo Vapor (carinhosamente apelidado de Cayo desnecessário), que como todas as ilhas é linda, mas o dia já tinha valido a pena.

Dia 04/01 foi nosso último dia: fomos para Franzisky de novo, que fica a 10 minutos de distância. Fizemos um snorkel sem graça (ainda com a lembrança fresca do dia anterior) e saímos às 14hs para pegar o voo da Aerotuy às 17 pra Caracas e de lá o voo Tam das 20hs pra São Paulo. A conexão foi extremamente apertada mas já estamos embarcando de volta. Vai ser muito difícil se acostumar com a realidade de novo depois de passar 9 dias nesse lugar maravilhoso!!!

Caracas

Todos os voos que vão pra Los Roques só saem pela manhã e por isso exigem uma pernoite em Caracas. Em geral as pessoas dormem num hotelzinho do lado do aeroporto e nem visitam Caracas, mas nós somos curiosos e decidimos ficar lá por um dia. Pegamos com milhas o voo da Tam que sai de São Paulo, dura 6 horas e meia e chega em Caracas por volta das 7 da noite (o fuso é de 2:30 a menos).

Quando chegamos o Andrés (amigo de um amigo do Leo) já estava nos esperando no aeroporto. O assédio de doleiros e taxistas foi menor do que esperávamos, talvez porque estivéssemos com ele. Ele nos levou pra casa dele em seu carro e no caminho já nos contou um pouco sobre a Venezuela e que um tanque cheio de gasolina custa menos de 1 dólar! Do caminho pudemos ver alguns morros com favelas muito parecidas com as do Brasil. Ficamos num quarto de hóspedes em um apartamento grande e um pouco antigo, onde ele vive com a mãe e a tia. Antes de dormir tomamos um famoso rum venezuelano, conversamos bastante e definimos o roteiro para o dia seguinte.

Acordamos e o Andrés tinha nos preparado arepas, a comida mais famosa da Venezuela. É uma mistura de pão com panqueca e que pode ter qualquer recheio (no nosso caso presunto e queijo). Ele nos emprestou 500 bolívares fuertes e nos deixou no metrô pois tinha uma entrevista de emprego (ele trabalha com tecnologia e estava de férias). O metrô de Caracas já foi considerado o melhor da América Latina e é bem parecido com o de São Paulo. Fomos pro centro onde vimos a casa onde Simon Bolivar morou, a Plaza Bolivar (com seus edifícios coloniais restaurados) e o Palácio de Miraflores. Por toda parte há cartazes enaltecendo Chávez e o regime socialista.

Na hora do almoço encontramos o Andrés que nos apresentou um amigo da faculdade que queria comprar dólares. Explico: o preço do dólar é fixo (1USD = 4.7 bolívares fuertes) e cada cidadão só pode comprar 3000 dólares por ano, de acordo com uma série de leis. Isso faz com que exista um mercado paralelo intenso e que as pessoas paguem 16 bolívares por dólar (para acompanhar a cotação é só olhar o http://www.twitter.com/chavezparalelo). Com esse câmbio tudo ficou extremamente barato pra nós!

De lá fomos para o Ávila, uma montanha que separa Caracas do mar. Pegamos o bondinho e subimos 1500 metros de altitude, lá em cima a temperatura já é bem mais fria do que na cidade! No topo tem um restaurante italiano e várias barraquinhas de comida típica, comemos cachapa que é uma espécie de panqueca de milho com recheios variados. É um lugar bem familiar e estava cheio de crianças. Depois do Ávila fomos a um mirante na cidade (em um bairro rico) e passamos na Farmatodo, uma farmácia estilo Walgreens. Chegamos em casa exaustos e fomos dormir bem cedo.

Acordamos às 4 da manhã e pegamos um táxi pro aeroporto. Lá descobrimos que para chegar ao paraíso é necessário passar pelo purgatório: filas desorganizadas e nenhuma informação da Aerotuy. Depois do checkin bagunçado chegamos no portão 5, onde não havia nenhum sinal do nosso voo, que também não aparecia na lista de embarques. Todos os passageiros ali tentando descobrir o que acontecia e os funcionários do aeroporto não diziam nada e eram extremamente mal-educados. Finalmente às 8hs (o voo deveria sair às 7:30) nos deram alguma informação e conseguimos sair às 9 com destino a Los Roques! Agora é só aproveitar!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Puerto Iguazu

Ontem foi dia livre em Puerto Iguazu e passamos a manhã na maravilhosa piscina. Descobrimos que nosso hotel tinha um pier na margem do Rio Iguazu, servido por um bondinho que estava em manutenção. Descemos uma trilha a pé e o Leo nadou no Rio Iguazu (essa foi a maior aventura do dia). Almoçamos em Puerto Iguazu no ótimo restaurante Aqva, #2 no tripadvisor, onde comemos o melhor bife de chorizo da viagem, acompanhado de risoto de cebola e crepe de dulce de leche de sobremesa. Voltamos para o hotel para esperar a hora do jantar e a noite jantamos no La Vaca Enamorada, o #1 do tripadvisor. Entramos no restaurante e estava deserto e ficamos apreensivos se tinha sido uma boa ideia. No jardim dos fundos havia uma mesa com uma família brasileiro e um casal inglês. O dono do restaurante, Alfredo, era extremamente carismático e marketeiro; ele recitou o cardápio e escolhemos o nhoque tão leve quanto "pena de canário" como ele proprio descreveu. O cardápio muda diariamente e são pouquíssimas opções, todas feitas no dia e "com muito amor". O nhoque realmente estava incrível (a Juli disse que foi o melhor que já comeu), a carne aberta em "formato mariposa" passou um pouco do ponto mas estava boa. A inglesa do nosso lado tomou um susto e bateu palmas quando viu o tamanho do bife de chorizo. No geral o jantar foi muito divertido por causa do Alfredo e dos ingleses.

Hoje o dia foi mais corrido: acordamos mais cedo, fizemos check-out e fomos para o Parque Cataratas del Iguazu (do lado argentino). Ao invés de ônibus o transporte é feito por trem e é bem menos eficiente e organizado que o lado brasileiro. Tivemos que pegar 2 trens e meia hora de filas para chegar na estação Garganta del Diablo, que é a atração principal. Ao chegar lá caminhamos 1100 metros por passarelas sobre o rio até chegarmos na parte superior da maior queda d'água das cataratas: essa é sem dúvida a melhor vista tanto do lado brasileiro quanto do argentino! De lá para a saída perdemos mais uma hora em filas do trem.

Além da garganta do diabo, o lado argentino tem mais 2 circuitos (trilhas), chamados superior e inferior: um leva cerca de 4 horas, pega um bote e tem trilha numa ilha e o outro leva cerca de 2 horas. Não fizemos nenhum dos dois mas parece que um segundo dia no parque argentino valeria a pena (inclusive o segundo dia sai pela metade do preço). Se você só tiver um dia e tiver que escolher entre o lado brasileiro e o argentino nós recomendamos o argentino, pois nele é possível fazer o mesmo passeio de barco e não tem nada parecido com a garganta do diabo do lado brasileiro.

Saímos do parque e almoçamos no El Quincho del Tio Querido, que é o restaurante mais próximo da fronteira e talvez por isso esteja sempre cheio e tenha pior atendimento (num calor de 30 graus fizeram a gente ficar esperando do lado de fora do restaurante, sendo que havíamos feito uma reserva que aparentemente não serve pra nada). A comida porém estava boa, a Juli comeu um salmão ao limone e o Leo um bife de chorizo a la pimienta e papas a la crema. De lá passamos no free shop da fronteira para as compras de última hora.

Ainda tivemos que abastecer o carro antes de devolvê-lo (pois as locadoras cobram R$5 por litro) e o posto de gasolina mais próximo fica quase no centro de Foz do Iguaçu (saindo do lado argentino pegar a rotatória para a esquerda, sentido centro de Foz). Chegamos no aeroporto, devolvemos o carro e esperamos uma hora e pouco até o voo, que saiu antes do horário previsto (nunca vimos isso!). Foi um feriado com jeito de ferias, uma viagem que vale muito a pena!

sábado, 17 de novembro de 2012

Chegada ao Loi Suites e primeiro dia no Paraguai

O vôo pra Foz do Iguaçu saiu às 23:50 e chegamos por volta da 1:30 da manhã. O horário do vôo até que é bom, pois dá pra chegar a tempo em Guarulhos. Como não despachamos malas, saímos antes de todo mundo e alugamos rápido um carro na Hertz. Por ser cliente Itaú Personnalité tivemos 25% de desconto e por pagar com Visa não precisamos pagar os seguros, porque a Visa paga. Pegamos nosso Gol rumo à fronteira com a Argentina, que estava deserta às 2 e pouco da manhã. Carimbamos o passaporte e começamos a procurar nosso hotel, o Loi Suites, que é um hotel no meio da selva de Iraypu. Pegamos uma estradinha no meio da selva e as placas acabaram ali. Uma hora chegamos numa bifurcação e tivemos que voltar. Pedimos informação em outro hotel que nos deu a óbvia dica de seguir sempre a estrada de asfalto; pelo menos tivemos a confirmação que estávamos indo pro lugar certo. Cinco kms e meio dentro da estradinha com mato dos dois lados, chegamos no hotel, que é sensacional! O quarto é enorme, a piscina é linda e ele fica bem no meio da selva mesmo. Tem umas pontes suspensas de madeira para levar de um módulo a outro. Adoramos!

No dia seguinte tomamos café-da-manhã (que também é muito bom), demos uma descansada e partimos para o Paraguai. A piscina estava convidativa, mas teremos nosso dia livre pra ficar no hotel. Cruzamos de volta para o Brasil, fizemos o seguro Carta Verde (um seguro contra terceiros obrigatório na Argentina, R$50 por 4 dias) e chegamos na Ponte da Amizade. Nosso carro alugado não pode ir pro Paraguai, então estacionamos no lado brasileiro e cruzamos a ponte a pé! O trânsito estava intenso nos dois sentidos e todos os carros/vans eram muito velhos e com placas do Paraguai. Apesar de tudo a vista lá de cima é bem bonita!

Ciudad del Este é um lugar muito desagradável. Lotado de gente e camelôs por todos os lados, todos te oferecem tudo, de água a loja de eletrônicos, de meias a celulares piratas. Seguimos algumas dicas que tínhamos lido na internet: fomos na Sax, uma loja de departamento extremamente chique, com preços tão altos quanto. Em seguida fomos na Mona Lisa, que tem de tudo e onde não compramos nada (mas tomamos uma cerveja). Por fim o Shopping del Este, onde o Leo comprou um tênis da nike, original, nossa única aquisição no Paraguai. A Juli, para não dizer que saiu zerada, comprou um sorvete. Estava muito calor pra atravessar a ponte a pé de novo e pegamos um táxi: eles começam pedindo R$50 só pra cruzar a ponte, choramos o quanto deu e conseguimos por R$30. Aparentemente a Polícia Federal não pára os táxis; vimos um ou outro carro normal sendo parado. Vale dizer também que não vimos uma nota sequer de guarani e reais, dolares e pesos argentinos são amplamente aceitos. Moral da história: só vá para o Paraguai se você realmente quiser fazer compras e souber que aquilo que deseja comprar é bem mais barato do que no Brasil (e se não tiver problemas com aglomerações, falta de paciência, pânico ou claustrofobia).

Voltamos ao hotel e ficamos um tempinho na piscina, bem agradável, ainda mais depois do dia no Paraguai. A Juli fez massagem e o Leo tomou Quilmes. A noite fomos no Casino Iguazu e investimos 30 dólares no blackjack, sem sucesso. É impressionante como as máquinas de slot machine estão cada vez mais complicadas e temáticas: tem do Alien, Sex and the City, Ghostbusters e por aí vai.

Saímos do cassino e ficou tarde para comer uma parrilla, acabamos parando no restaurante La Tata por acaso. Ele tem mesas ao ar livre numa pracinha, simples porém agradável. Dividimos um sanduíche de milanesa de pollo e voltamos pro hotel exaustos. No dia seguinte iríamos pro Parque Nacional do Iguaçu (lado brasileiro).

Parque Nacional do Iguaçu (lado brasileiro)

Todo brasileiro deveria visitar pelo menos uma vez na vida as Cataratas do Iguaçu! Nosso dia foi sensacional!

Acordamos tarde, tomamos café e saímos do hotel por volta do meio-dia. Paramos no Duty Free Shopping de Iguazu (na fronteira) e a Juli conseguiu comprar um tênis para caminhada. Um lugar tranquilo, bonito e seguro para fazer compras. Cruzamos a fronteira e chegamos ao Parque do lado brasileiro umas 13:45.

O parque é extremamente bem organizado e compramos o ingresso rapidamente, que dá direito apenas a entrar no parque. Porém, lá dentro tem alguns passeios opcionais com a empresa Macuco: barco inflável motorizado que passa embaixo das cataratas (R$140 por pessoa), trilha do Poço Preto (bicicleta e caiaque até uma ilha), rafting, arvorismo, rapel, entre outros. Um ônibus de 2 andares faz várias paradas ao longo do parque (cada uma com sua atração). Fizemos o passeio de barco que tem uma vista incrível e entra debaixo de uma queda d'água (uma das pequenas!), todo mundo sai encharcado e feliz. Tem lockers pras pessoas deixarem os pertences fora do barco.

Pegamos o ônibus e fomos para o ponto final, onde tem um restaurante e os mirantes mais próximos das cataratas que ficam suspensos sobre o rio. As vistas são incríveis, ainda mais com o belo dia que estava fazendo. Tinha bastante gente, mas não chegou a atrapalhar o passeio, porque as pessoas estão espalhadas por todo o parque. No ponto final no fim da tarde chegaram vários ônibus pra levar todo mundo embora e não esperamos nem um minuto, ficamos realmente impressionados com a organização do parque! No caminho de volta pra Argentina ainda passamos no Marco das 3 Fronteiras, onde se pode ver as fronteiras do Brasil, Argentina e Paraguai (mas na verdade é o rio que delimita as fronteiras).

Quando tentamos voltar pra Argentina veio o problema: um congestionamento gigantesco! Decidimos parar no free shop de novo e estava um pandemônio. Tivemos a sábia ideia de voltar pro lado brasileiro e jantar em Foz e nosso amigo tripadvisor nos indicou o restaurante italiano Vó Bertila. Quinze minutos depois estávamos sentados numa mesa ao ar livre tomando vinho da casa em um ambiente extremamente agradável! O restaurante é muito gostoso, os pratos são enormes e muito baratos para os padrões paulistanos (R$35 a massa para 2 pessoas).

Voltamos pra Argentina umas 11 da noite e ainda estava trânsito na fronteira, mas aí não teve jeito, tivemos que encarar (no fim das contas só demorou uns 20 minutos). Hoje é dia livre em Puerto Iguazu!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Dicas sobre o aeroporto de Guarulhos - Cumbica

Nesta quarta-feira tivemos algumas experiências em relação ao aeroporto de Guarulhos:

1) Como chegar em Guarulhos (Cumbica)? Dutra ou Ayrton Senna?
Muito cuidado ao ir pela Dutra! Normalmente vamos pela Ayrton Senna, mas como o trânsito lá estava ruim pegamos a Dutra que teoricamente é um caminho até mais curto. O problema é que você cai automaticamente na pista expressa e se você não for pra pista lateral/local não consegue pegar a saída pro aeroporto. Obviamente não tem sinalização alguma te mandando ir pra pista lateral na última saída antes do aeroporto (e se não estou enganado era uma saída apenas; perdeu, já era). Problema 2: uma vez que você percebe que passou o aeroporto, precisa andar uns 10km até conseguir fazer um retorno. Problema 3: o retorno não é simplesmente uma alça que passa por cima ou por baixo da estrada: ele entra num bairro escuro e mal sinalizado e você anda alguns km passando no meio de casas, é uma experiência pouco agradável. Problema 4: conseguindo pegar a Dutra voltando pra São Paulo, a saída pro aeroporto também é extremamente escura e mal sinalizada e conseguimos perdê-la também! Por fim pegamos uma saída qualquer de Guarulhos e seguimos por dentro da cidade. Se estivéssemos meio em cima da hora teríamos perdido o vôo. E isso acontece com pessoas que vivem em São Paulo e vão com alguma frequência pro aeroporto. Imagina um gringo com um carro alugado?! Sem chance! Se você não conhece bem o caminho, prefira a rodovia Ayrton Senna

2) Onde estacionar em Guarulhos (Cumbica)
Um táxi de ida-e-volta pra Guarulhos sai no mínimo R$200 se você morar na Zona Sul ou Oeste e já faz um tempo que temos ido de carro pro aeroporto. Existem estacionamentos próximos que são bem mais baratos que o do aeroporto, onde você estaciona, fica com a chave e uma van te leva pro aeroporto. Nosso preferido era o BR Express Parking, até que na última viagem levamos um susto pois eles dobraram os preços. Para esta viagem resolvemos fazer uma pesquisa (os preços são para 4 diárias):

Flypark - R$96 descoberta, R$105 coberta, boa localização

Estes 3 ficam pros lados do hotel Marriott:
Zastras - R$60 descoberta (promoção)
Rede park R$80 - coberta
Voepark - R$72 descoberta, R$87 coberta, aceita sem parar, ducha gratis, reserva vaga por email

Econopark R$64 - av monteiro lobato
Airport park R$120 - monteiro lobato - sem parar, ducha gratis

park & board R$84 descoberta, R$100 coberta, ducha gratis, ganha milhas smiles, localização média

br express - R$130
Estacionamento oficial de Cumbica - R$200

Acabamos ficando entre o voepark e o Rede Park, mas o segundo era um pouco mais fácil de chegar. O processo de deixar o carro é bem rápido e fácil e a van leva 10 minutos até o aeroporto.


3) Onde comer em Guarulhos (Cumbica)
As escolhas óbvias são os restaurantes fast-food, mas eles costumam estar lotados e barulhentos. No Terminal 1, no piso térreo (desembarque), existe um restaurante chamado Terra Azul, que segundo nos informaram não é caro. Ele estava bem vazio e só chegamos nele perguntando para funcionários do aeroporto. Acabamos não ficando porque ele não tinha vinho (tem cerveja), mas em outra oportunidade certamente experimentaremos. Na extrema ponta do aeroporto no Terminal 1 tem um Viena (que estava lotado) e o Frontier beer, com jeito de pub mas que só serve comida japonesa e uns sanduíches simples (não tem hamburguer). Vale pelas opções de vinho, chopp, cerveja e pelas TVs passando jogos. Mas o melhor restaurante é o The Collection, na extrema ponta do aeroporto no Terminal 2! Comemos lá da última vez e estava excelente: ambiente tranquilo, hamburguers saborosos, boas opções de pratos a la carte e por buffet, vinhos e TVs passando os jogos da rodada. Com certeza é o nosso preferido.

domingo, 19 de agosto de 2012

Último dia em Istanbul

Chegamos em Istanbul e voltamos para o hotel Marmara Pera. Pegamos nossa mala grande que tínhamos deixado lá, fizemos check-in e fomos para o Spice Market. A Juli comprou queijo feta pra levar pra casa (mas esquecemos no frigobar do hotel...), além de uma pimenta e um sal com gosto de limão. Andamos até a Basilica Cisterna, um local subterrâneo com capacidade para armazenar até 100.000 toneladas de água. É da época do Império Romano do Oriente (século VI) e tem 12x28 colunas romanas de 9 metros cada sustentando o teto. Destaque para 2 colunas que têm a cabeça da medusa esculpidas na base, uma de lado e outra de cabeça pra baixo (pra quem olhasse pra ela não virasse pedra). Almoçamos no Barbecue Cafe, lugar muito simpático onde ficamos rindo do garçom que tentava "caçar" turistas para entrar falando todas as línguas possíveis. O cara era bom, mas mesmo assim só teve sucesso uma vez.

Voltamos pro hotel, descansamos um pouco e a noite saímos rumo a "French Street". É uma rua que nunca tínhamos ouvido falar e ficamos extremamente impressionados quando chegamos: uma escadaria com uma série de restaurantes simpáticos, com mesinhas ao ar livre ou terraços no último andar para ver a vista. Lá sim os garçons são bem agressivos e todos tentam te levar pra dentro do seu próprio restaurante. Jantamos no Chez Bore, a Juli adorou a carne e o Leo achou o risoto de frutos do mar nota 6. O ponto negativo é o preço: o dobro de outros lugares em Istanbul (222 liras o jantar com uma garrafa de vinho - é o preço do "ambiente"). O curioso é que nem no hotel nem no tripadvisor se fala muito desse lugar, e não tinha tantos turistas assim. Ele fica atrás do Liceu Galatasaray (que é uma escola com portão grande bem conhecida na Istikal). Vamos repetir: O segredo está nas travessas da Istikal !Nas ruazinhas próximas também há cafés simpáticos, mas com um público mais alternativo.

Voltamos pro hotel e fomos pro bar da cobertura nos despedir da cidade. A vista é incrível! Dessa vez o bar não estava tão cheio e nós estávamos mais arrumados.

Algumas últimas curiosidades:
- as mesquitas têm alto-falantes nos minaretes para que as rezas sejam ouvidas de qualquer lugar. Durante o Ramadã são 5 ou 6 por dia e em alguns dias ouvimos umas de madrugada, mas não sabemos se são rotineiras. Tem uns tambores também, mas não entendemos bem como funciona. No meio do passeio de balão, a 500 metros de altitude, uma turca ajoelhou e começou a rezar. Todos os guias que pegamos não jejuam porque precisam acompanhar os turistas o dia inteiro e alguns já desmaiaram. Pelo que vimos parece ser bem tranquila esta opção de não jejuar.
- o alfabeto turco não tem as letras Q, W e X. Taxi se escreve Taksi
- várias letras tem acentos estranhos. Conseguimos aprender o ç que tem som de tch (exemplo: çokolata) e o s com cedilha que tem som de sh (a cidade de Chicago se escreve com S cedilha que não tem no nosso teclado: Sicago)


Termina aqui mais uma viagem sensacional! No fim das contas fomos gostando mais de Istanbul a cada dia, Pamukkale foi uma surpresa muito agradável, a Capadócia foi tão legal quanto esperávamos e a Armênia foi tão surpreendente quanto especial para nós!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Capadócia

Acordamos às 5:30 da manhã e fomos para o aeroporto. Dessa vez não foi tão tranquilo: tinha uma fila gigantesca para passar no raio-x para entrar no aeroporto e depois nos raios-x para chegar nos portões de embarque. Alguns minutos de tensão mas chegamos com alguma folga.

O aeroporto de Nevsehir também só recebe 2 vôos por dia (Istanbul de manhã e a noite). Fomos recepcionados pelo motorista do tour e vale ressaltar que os motoristas sempre são mal-humorados, não falam com você e muitas vezes nem falam inglês: é uma primeira impressão ruim mas não se preocupe, chegando na cidade um guia mais simpático virá se apresentar. Nem fomos para o hotel e já começamos o tour com nosso guia Mehmet, que tinha cara de japonês (apesar de ser 100% turco) e estava aprendendo português.

Começamos por um vale com vista belíssima das "fairy chimneys", que são pedras esculpidas pela erosão com forma de chaminé/casa dos smurfs, formando uma paisagem incrível! De lá fomos para um castelo de pedra no topo da montanha; não é possível subir no castelo, mas tem várias pedras/chaminés para serem exploradas. O chão de areia é traiçoeiro e a Juli escorregou e ralou o joelho (MAS ESTÁ TUDO BEM!).

Em seguida fomos para o Göreme Open Air Museum, uma área ao ar livre com várias igrejas esculpidas no interior das rochas das montanhas. Várias têm pinturas cristãs no seu interior, principalmente dos gregos ortodoxos, mas muitas com os rostos dos santos destruídas. Durante todo o percurso vemos muitas cavernas onde as pessoas viviam. Hoje poucas pessoas ainda moram em cavernas mas elas são usadas para armazenar alimentos. Outro uso interessante são cavernas que têm apenas 3 pequenos buracos na parede: são feitos para os pombos entrarem e deixarem ovos e fezes. Uma vez por ano o "dono" derruba a parede para utilizar esse material como fertilizante e constrói a parede de novo.

Almoçamos num restaurante turístico e a tarde vimos uma fábrica de cerâmica (onde a Juli fez um vaso) e dois vales com pedras que têm formas de coelho, papagaio, cogumelo, mão e o que mais você quiser imaginar. Neste dia encontramos muitos turistas brasileiros.

A noite fomos jantar no restaurante mais bem avaliado de Ürgüp segundo o tripadvisor para comemorar o aniversário do Leo: o Ziggy's Cafe. Ficamos numa mesa ao ar livre no último andar de uma casa com serviço, vinho da Capadócia e comida excelentes! Comemos salada de batata, azeitonas com queijo e um molho apimentado, frango com alho e macarrão com bastrma: um melhor que o outro! Ficamos extremamente satisfeitos e foi um ótimo lugar para comemorar!

Hoje acordamos às 5:30 da manhã de novo para fazer o passeio de balão. Chegamos na Ürgüp Balloons e ficamos esperando uma meia hora sem ninguém nos explicar nada, o que nos deixou meio frustrados (a gente gosta de informação). Além disso o sol já estava nascendo e havia dezenas de balões no ar. Entramos numa van e fomos para um local onde um balão com um grupo estava pousando e subimos umas 20 pessoas. A cesta do balão é dividida em 5, uma no meio pro piloto (que era português) e 4 outras nos cantos para os passageiros. Levantamos vôo e tudo é bem mais tranquilo do que pensávamos, o balão é bastante estável e chegamos a 500 metros de altura, a vista é incrível! O vôo dura cerca de 1 hora e fomos parar bem longe do lugar de onte tínhamos decolado, mas uma van vai acompanhando e o piloto vai falando com o motorista pelo rádio. O pouso é o mais complicado, temos que ficar numa posição específica, chegamos no solo com alguma velocidade e os caras da van correm pra segurar pro balão não virar nem decolar de novo. É a parte mais tensa mas deu tudo certo e está filmado! Os caras da van ainda montam uma mesinha e abrem 2 garrafas de champanhe para comemorar o pouso!

Voltamos pro hotel, tomamos café-da-manhã e abortamos o tour da manhã que ia ter uma caminhada de 5km. Dormimos até meio-dia e fomos somente na cidade subterrânea de Kaymakli. Ela tem 2 quilômetros quadrados de área, 8 andares e uma série de túneis e salões subterrâneos. Os cristãos se escondiam e moravam nesta cidade em tempos de guerra e perseguição. É impressionante! Voltamos pra cidade e comemos no In Cafe, um simpático café que depois descobrimos que é o #4 no ranking do trip advisor.

Sobre nosso hotel: estamos no MDC cave hotel, que fica incrustado na montanha e cujos quartos são meio que cavernas, porém com bastante conforto. O ponto ruim é que não tem ar-condicionado e o quarto fica bastante quente. Ontem a noite dormimos com as janelas abertas, mas a noite aqui esfria bem, como num deserto. Fica a cerca de 1km do centro de Ürgüp mas tem um motorista para levar e buscar as pessoas.

Resolvemos ter a tarde livre e baixamos um filme no itunes pelo ipad, funciona muito bem! Arrumamos as malas e jantamos no restaurante do hotel, ao ar livre, com música ao vivo e rodeados por um grande grupo de turistas japoneses. Amanhã cedo voltamos pra Istanbul e no dia seguinte de volta pra casa!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Pamukkale

Acordamos às 5 da manhã com o despertador do celular. O hotel perdeu muitos pontos por nunca ter feito a wake up call que tínhamos pedido. Como já tínhamos feito check-in na noite anterior, em 20 minutos estávamos no portão de embarque, sensacional! O vôo foi só de uma hora, tranquilo. Chegamos em Denizli e só tinha nosso avião no aeroporto inteiro. Descobrimos que só há 3 vôos por dia, mas apesar disso a infra-estrutura até que é boa. Fomos recepcionados pelo nosso guia e pegamos pouco menos de 1 hora de van em uma estrada em ótimas condições. Denizli é uma cidade que vive da produção têxtil (principalmente do algodão) e venda de mármore.

Chegamos no portão sul de Hierápolis, uma antiga cidade romana do século I a.c. Na entrada, umas 10 lojinhas de comida e souvenirs, tomamos café e entramos nas ruínas da cidade (15 liras por pessoa). Várias colunas romanas ainda podem ser vistas por ali e, andando uns 10 minutos, chegamos na atração principal: uma montanha inteira branca por causa da cor do mármore travertino, com piscinas naturais de água quente (35 graus), chamada de cotton castle (castelo de algodão). A quantidade de turistas era grande, inclusive alguns brasileiros, mas a paisagem é incrível! Você tem que tirar o sapato/chinelo para pisar no mármore e pode entrar em todas as piscinas naturais (que são bem rasas).

Em seguida fomos para a Ancient Pool, que é uma espécie de piscina antiga com colunas romanas tombadas e pedras dentro. Para entrar paga-se 30 liras e o complexo lembra um parque aquático: lanchonete e lockers para deixar as coisas, mas apenas uma atração que é a piscina. Estava razoavelmente cheio mas ficamos lá por umas 2 horas. Conhecemos também um pedicure diferente, chamado Doctor Fish: são uns peixinhos que comem pele morta e o período de 20 minutos com os pés dentro de um aquário cheio deles sai por 35 liras. A Juli foi pelo folclore e teve que ficar até o final com os peixinhos mordendo os seus pés.

De lá pegamos uma van para a saída norte. No caminho passamos por várias outras ruínas da cidade, como uma fonte, arcos romanos e um cemitério. Deu a impressão de que a caminhada poderia valer a pena, mas ela dura cerca de 2 horas e o sol estava forte. Almoçamos num hotel que tem sua própria fonte de águas termais que chegam a 60 graus e uma cascata de pedras vermelhas.

Tínhamos 4 horas para matar até o vôo de volta. Primeiro fomos a uma fábrica de peças feitas de onix, onde vimos a produção e acabamos comprando umas coisinhas. O vendedor ficou impressionado com o conhecimento do Leo do time da Turquia de 2002. Ele torce pro Galatasaray e o grande astro brasileiro do momento é Felipe Melo, aquele que foi expulso nas 4as de final contra a Holanda na Copa. Na temporada ele fez 13 gols e não foi expulso nenhuma vez: difícil de acreditar... E parece que o Alex continua comendo a bola por aqui. Ainda tínhamos tempo e fomos parar num bar de um gringo, onde tomamos cerveja e jogamos tavli (gamão).

Vôo de volta pra Istanbul, hotel do aeroporto, comida no quarto e cama. Amanhã acordamos às 5:30 com destino à Capadócia!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Spice Market e Cruzeiro no Bósforo

Começamos o dia com uma tarefa inusitada: fazer uma transferência em um banco para recebermos uma encomenda da Amazon. A atendente do hotel foi fundamental em nos indicar a agência (no último andar de um shopping, não íamos achar nunca) e lá contamos com o apoio de uma gerente que falava inglês. Deu certo! Aproveitamos e passamos pela Sephora e segundo a Juli os preços são metade do que no Brasil.

Fizemos check-out do Marmara Pera e pegamos o tour das 13hs. A primeira parada foi o Spice Market / Mercado de Especiarias. Novamente muito mais organizado do que esperávamos. Só tivemos 20 minutos mas a Juli conseguiu comprar frutinhas e o Leo um kebab. Voltaremos no sábado com mais calma.

Em seguida fomos para um cruzeiro pelo Bósforo. Era um barco pra umas 200 pessoas mas que não estava cheio. Durou cerca de 1 hora e deu pra ver várias casas de alto padrão nas margens: de um lado a Europa e do outro a Ásia! No ponto mais estreito somente 700 metros separam os dois continentes. Paisagem bastante diferente do trânsito caótico do centro, vale muito a pena fazer este passeio.

O tour nos deixou na praça Taksim, onde já tínhamos ido ontem e não tínhamos visto nada demais. O guia falou que era a Times Square daqui, então imaginamos que tínhamos deixado de ver algo, mas não, realmente não tem nada pra ser visto lá. Pegamos a Istikal rumo ao hotel e o segredo está em entrar nas travessas! Encontramos vários bares que colocam tapetes e almofadas na rua e as pessoas sentam lá para narguilé e cerveja, muito diferente. Sentamos num desses, usamos a internet, tomamos cerveja e comemos lamahdjun (esfiha em armênio que aqui tem o mesmo nome). Estava boa mas não é igual à da Armênia.

Voltamos pro Marmara Pera pra pegar uma malinha e deixamos 2 maiores, já que voltaremos pra lá no último dia da viagem. Partimos para o Tav Airport Hotel, que fica praticamente dentro do aeroporto. Explico: amanhã (4a feira) pegaremos um vôo às 6:30 da manhã pra Denizli para ir a Pamukkale (a 60km); voltaremos no mesmo dia a noite e no dia seguinte vôo às 7 da manhã pra Nevsehir (Capadócia). Não valia a pena ir e voltar pra Istanbul, economizaremos dinheiro, tempo e horas de sono. O hotel do aeroporto é bom, tem fitness center, sauna, quarto amplo, filmes a vontade por 12 euros e algumas regalias (se você esqueceu itens como lixa de unha, gilete ou creme de barbear eles te dão como cortesia). Agora é ir dormir para acordar às 5 da manhã!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Grand Bazaar e banhos turcos em Istanbul

Uma coisa de negativo precisamos falar sobre os armênios: eles não sabem se comportar em avião! Além de se amontoarem e furarem a "fila" do check-in, dentro do avião todo mundo fica de pé, fala no celular a vontade e ignora as broncas da aeromoça. Todo mundo quer trocar de lugar e todo mundo fica de pé conversando! Assim que o avião toca o chão metade das pessoas levanta, pega as malas e corre para a frente antes mesmo do avião taxiar. Eles saem do avião com a maior pressa do mundo e a gente acaba entrando no embalo achando que tem que correr. No fim chegamos antes de todos na imigração porque já conhecíamos os atalhos do aeroporto de Istanbul.

Nosso vôo Yerevan-Istanbul que já seria ruim às 3:45 da manhã atrasou uma hora e ficou ainda pior. Chegamos em Istanbul já no começo da manhã. Conseguimos pegar um early check-in, tomamos café-da-manhã e fomos dormir umas 8:30. A manhã estava perdida.

Acordamos às 14hs e pegamos um táxi para o Grand Bazaar. O trânsito estava péssimo, nos lembramos de São Paulo e imediatamente já deu saudades de Yerevan, mas chegamos no bazaar sem problema algum com o taxista. Ao contrário do que esperávamos o bazaar é amplo, em uma construção fechada, com temperatura amena (acho que tem ar-condicionado) e com vendedores bem menos agressivos do que o esperado. A camisa do Brasil fez bem mais sucesso aqui do que em Yerevan, onde passou um dia totalmente desapercebida. Fomos chamados várias vezes e falamos portunhol em quase todas as lojas, o que mostra o quanto os brasileiros estão vindo para a Turquia (e comprando). A Juli fez comprinhas e depois comemos doner kebab e falafel (total do almoço, 16,5 liras ou R$18).

Em seguida fomos para Çemberlitas Hamman, um dos famosos banhos turcos. Tem 3 tipos de ingresso: o simples que dá direito a entrar no banho turco (20 euros); o tradicional que inclui alguém pra te esfoliar (30 euros); e o luxo que ainda tem massagem (51 euros). O Leo foi de tradicional e a Juli luxo. Homens e mulheres ficam separados e fomos cada um para um lado, mas ninguém explica nada e ficamos totalmente perdidos. Eles te colocam num quartinho onde você se troca e deixa suas coisas trancadas e não precisa de roupa de banho porque eles te dão aquelas toalhinhas pra você sair enrolado. Em seguida você entra na sala de hamman, uma sala com vapor quente que lembra uma sauna, mas muito maior. De repente entram uns caras (mulheres na ala feminina) de uns 50 anos, gordos e peludos (mulheres idem) e só de toalhinha e te mandam deitar na pedra. Eles passam uma bucha esfoliante em você, depois espuma e te jogam uma bacia de água quente. Fazia uns 25 anos que ninguém nos dava banho! Saindo da sala de banho tem uma ala intermediária onde o cara lavou o cabelo do Leo e acabou fazendo massagem e estralou tudo. Depois da massagem no pé ele veio com um papo de gorjeta, que realmente era merecida pois a massagem foi muito boa (ganhou 10 liras). Já a Juli fez a massagem oficialmente e descobriu no meio que a massagista era armênia. Saindo de lá você vai para um vestiário, toma banho, volta pro seu quartinho e se troca. O processo leva uns 60-90 minutos. Meio estranho mas gostamos e saímos de lá renovados, valeu a visita!

Saímos na frente de uma estação de metrô de superfície e resolvemos ver como era (o Leo adora pegar transporte público para conhecer). Você tem que comprar um jeton (moeda de plástico) por 2 liras em uma máquina e colocar na catraca pra entrar, foi bem fácil. O ruim é que cada baldeação precisa de um jeton, então saiu quase o mesmo preço do táxi mas valeu a experiência. Chegamos no hotel e fizemos uma grande arrumação de malas, já que só vamos viajar com uma malinha para Pamukkale e Capadócia e a mala grande fica em Istanbul. No fim deu certo.

Jantamos no Mekan, excelente restaurante na Eski Çiçekçi sokagi (travessa da Istinkal). Tudo que comemos estava ótimo: salada grega, lula, shish kebab de cordeiro e frango com queijo e cogumelos. O serviço também foi ótimo (com o próprio dono cedendo a mesa dele para nós). Amanhã tem mais.

domingo, 12 de agosto de 2012

Echmiadzin

Começamos o dia fazendo check-out e deixando nossas malas num locker do hotel. Saímos para nosso último dia de tour com nossos amigos e guias da Hyur Services. Ficamos muito felizes de ter tido eles como guias e recomendamos a Hyur para quem vier para a Armênia ( http://www.hyurservice.com/ ).

Fomos para Echmiadzin que é a Igreja Mãe de todas as igrejas armênias onde fica o "Catholicos" (o "Papa Armênio"). Pelo fato da Armênia ter sido o primeiro país a oficializar o Cristianismo como religião do Estado, Echmiadzin é considerada a primeira igreja cristã do mundo. Além disso, hoje se comemora a Ascensão da Mãe de Cristo, um dia em que as uvas são abençoadas e distribuídas para os visitantes. Por este motivo a Armênia toda estava lá assistindo à missa e nós só conseguimos ficar dentro da igreja por alguns minutos pois o calor de 40 graus também não ajudava. Mesmo assim foi emocionante estar ali, especialmente para a Juli. Também fazem parte do complexo um mosteiro, uma igreja só para batizados e a casa do Catholicos. Em seguida visitamos as igrejas de Gayane e Hripsime, ambas erguidas em homenagem à freiras que foram massacradas antes da adoção do Cristianismo e que são consideradas as primeiras mártires armênias. Por fim visitamos Zvartnots, ruínas de um templo do século VII que especialistas de hoje relutam em aceitar que tenha sido construído naquela época devido a sua complexa arquitetura.

Voltamos para Yerevan e fomos novamente ao Vernissage, agora focados em comprar os souvenirs que tínhamos gostado no dia anterior. Almoçamos no Afrikanner, deserto no almoço de domingo mas com ótima comida armênia. Voltamos para o hotel e como não tínhamos mais quarto ficamos na piscina e vimos o Brasil perder da Rússia na final do vôlei masculino (os garçons armênios estavam torcendo pra Rússia). Foi o tempo exato da Tia Alice chegar para nos levar para jantar na sua casa, onde ela preparou um verdadeiro banquete com todas as comidas armênias possíveis, apenas para nós. Foi divertido tentar se comunicar em armênio já que ninguém falava inglês mas a Juli conseguiu conversar por 2 horas. Conhecemos seu filho e a esposa além dos dois netos adolescentes. Como toda boa mentz-mamá armênia não parava de insistir para que comêssemos mais. Todos ficamos muito felizes pelo encontro e depois eles nos levaram até o hotel.

Ainda tínhamos mais 4 horas para matar até o vôo para Istanbul e ficamos enrolando no hall do hotel e no Moscafé (ao lado do hotel, ambos com wifi). Em breve partimos para o aeroporto.

Vernissage e Cascade

Ontem foi dia livre aqui em Yerevan. Não tínhamos tour com a Hyur, acordamos mais tarde e às 11 horas encontramos o Levon Ladjikian (do Ministério da Diáspora) com quem fomos no Vernissage. É uma feirinha que vende de tudo: roupas, enfeites, prataria, antiguidades, etc. O calor estava intenso e às 14h voltamos para o hotel para descansar. No final da tarde, fomos ao Cascade e dessa vez conhecemos a parte interna do monumento: várias galerias e exposições e escadas rolantes internas, para quem não quiser escalar o monumento sob um sol de 40 graus (como fizemos no primeiro dia!). Na volta, assistimos à triste derrota no futebol de Brasil x Mexico, arrumamos as malas e jantamos no The Club, um restaurante chique, com design rústico, no subsolo da Tumanyan Street, 40.

Algumas curiosidades:
- aqui passou a novela "O Clone" da Globo e fez tanto sucesso que vendiam jóias como as da Jade no Vernissage
- é muito comum encontrar bebedouros na ruas, mas eles são como pequenas fontes que você se abaixa e bebe água sem pôr as mãos em nada; alguns podem se sentir como um cavalo! A água da armênia é excelente em todo os lugares e vem direto das montanhas
- Yerevan também é conhecida como cidade rosa devido à cor rosada da pedra tufa com que grande parte dos prédios foi construída

sábado, 11 de agosto de 2012

Terremoto

Aparentemente teve um terremoto em Yerevan esta tarde. A Juli disse que sentiu a cama tremer e o Leo tinha ido comprar um schaurma e não sentiu nada. Vimos na internet que foi intensidade 3, mas por aqui nada mudou, as pessoas estão andando na rua tranquilamente. A única má notícia foi ter visto o Brasil perder o ouro pro México. Tudo bem conosco e amanhã a noite voltamos pra Istanbul.

Garni e Geghard

Hoje começamos o dia pelo Matenadaran, museu com uma das coleções de livros e manuscritos mais antiga do mundo. Em seguida fomos para Garni, um templo com arquitetura greco-romana misturada com armênia do século I dc, uma especie de partenon, e que depois se tornou residência de verão real a partir do século IV.

Depois fomos para Geghard, um monastério criado por Gregorio, o Iluminador, no século IV, em torno de uma fonte sagrada, encravado no meio das montanhas. A capela principal foi feita em 1235. Todas as igrejas ali estão incrustadas nas montanhas, a construção é realmente impressionante, e uma série de khachkars (cruzes entalhadas em pedra) estão espalhadas pelo local.

Voltamos para Yerevan cedo e nossos guias quiseram continuar nos agradando. Primeiro passamos pela antena de tv que fica no topo da cidade e tem 300 metros de altura (não dá pra subir). Depois ao falarmos que queríamos jantar no restaurante Parvaná eles falaram que era bom reservar e nos levaram de carro até lá. Fizemos a reserva e a Sir perguntou se já queríamos escolher a comida. Aparentemente isso é bastante comum por aqui e não seria nada mal para os jantares de famílias grandes no Brasil.

Eles nos deixaram na fábrica de conhaque e vinhos Noy (Noé), que já foi uma fortaleza militar e até pouco tempo atrás também fabricava o famoso conhaque Ararat. A construção é enorme e foi uma das que mais nos impressionou quando entramos na cidade. Fizemos uma visita guiada de 1 hora com uma família francesa de quem ficamos amigos no final. Degustamos um vinho de 6 mil dólares e depois conhaque de 10 e 20 anos. Ao contrário do que se esperaria em qualquer lugar com uma tradição mais capitalista, não tinha lojinha e ninguém tentou nos vender nenhuma das bebidas. Até perguntamos se tinha pra comprar um vinho parecido com o que tomamos e a guia se limitou a dizer que não. Um famoso escritor russo deixou esta célebre frase na adega: "É mais fácil escalar o Monte Ararat do que ir embora da adega Ararat" - Gorky. O conhaque armênio também é conhecido por ter sido o preferido de Winston Churchill.

De lá fomos almoçar um schaurma novamente. Existem 3 restaurantes lado a lado e estamos experimentando todos. Quando estávamos na fila encontramos 3 brasileiros que estão aqui para tocar gaita em uma apresentação que reúne armênios da diáspora. Comemos com eles e descobrimos que são primos da Juli! Descobrimos também que o melhor do schaurama é o molho de alho, que só vem na versão extra, que não pedimos porque achávamos que a diferença era apenas o tamanho, então amanhã vamos ter que comer de novo. Custa 850 drams (cerca de R$4,25) e pode ser de frango, carne ou carne de porco.

A noite fomos jantar no Parvaná que é um restaurante muito legal. Ele é todo aberto e tem uma grande pista de dança ao ar livre, onde todos dançam música armênia como se fosse um casamento. Tem uma área onde senhoras estão fazendo lavash (pão armênio). A comida foi uma das melhores que comemos: o Leo pediu stroganoff (escrito assim mesmo e com sabor parecido com o que comemos no Brasil) e a Juli kebab e buffalo matzun (o mais parecido com a coalhada brasileira que encontramos até agora). O jantar saiu 8000 drams (R$40). O Parvaná fica a 4km do centro então o melhor é ir de táxi, que sai 600 drams (R$3)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Khor Virap e Tatev

Hoje saímos mais cedo com destino a Khor Virap (40km) e Tatev (260km de Yerevan). Como a viagem para Tatev é longa abrimos mão de Noravank (monastério) e Areni (vinícola). De Khor Virap conseguimos ver o Monte Ararat pela primeira vez, mas ainda meio encoberto pelas nuvens. Lá há construções do século VII e o poço onde Gregório O Iluminador ficou preso por 13 anos. Um dia a filha do Rei Trdat sonhou que Gregório poderia curar seu pai enfermo, o que de fato ocorreu quando ele foi retirado do poço. Percebendo a força da religião de Gregório, o Rei decretou o cristianismo como religião oficial do Estado, em 301 dc.

Seguimos caminho por estradas montanhosas e bem conservadas (melhores que a maioria das brasileiras), com paisagens bonitas. As paradas nos vilarejos de beira de estrada são sempre curiosas. Nossos guias são a Siranoush, de 21 anos que se formou em Letras, e o motorista Capo, um pouco mais velho e que morou 5 anos na California. Os dois falam inglês bem e são uma ótima companhia. O Capo está sempre tentando nos agradar: já comprou comidas típicas nas paradas, nos deixou usar seu celular pra ligarmos pra Tia Alice ( e a Sir combinou tudo com ela) e ontem até parou o carro no meio da estrada pra pegar pedras de enfeite para a Juli. Estamos sempre perguntando sobre como era a vida no período da União Soviética e curiosamente ele diz que a vida era melhor. Ele diz que é verdade que só existia um tipo de cada produto e que no final havia filas enormes pra conseguir alimento, mas ele diz que todo mundo tinha emprego e a economia era melhor. Pessoas que estivessem vadiando em horário comercial iam para a cadeia por 15 dias se não tivessem uma explicação plausível. O governo conseguia emprego para todos. Muitas fábricas deixaram de funcionar com o fim da URSS. É muito legal ouvir essas histórias e temos vontade de conhecer outros países da ex-URSS.

Outro ponto interessante é o de Karabakh. É uma região com maioria da população de origem armênia, que durante o período soviético foi decretada como parte do Azerbaijão mas que recentemente declarou independência e militarmente a conquistou. Algumas fontes dizem que os acordos diplomáticos ainda não foram totalmente finalizados (não sabemos bem por que); a Sir e o Capo dizem que já é um país reconhecido pela ONU, que tem prédios públicos, eleições, etc, mas temos nossas dúvidas. Em todos os mapas turísticos que temos da Armênia são mostrados os dois países separados com suas respectivas bandeiras. A capital de Karabakh é Stepanakert e o idioma é similar ao armênio.

Chegamos em Tatev por volta das 15hs e almoçamos no restaurante na frente do bondinho. A vista de lá é maravilhosa e a comida também foi boa. Pegamos o bondinho que é o maior do mundo, com 5,7km de extensão. Foi construído por uma empresa Suíça então com certeza é seguro e a visa durante o trajeto de 10-15 minutos é sensacional! Chegamos no monastério de Tatev que tem construções a partir do século IX em diante. É ótimo ver um lugar desses sem estar abarrotado de turistas, pudemos andar livremente por todas as igrejas e construções, sempre nos deparando com vistas magníficas. Estávamos na dúvida se valia fazer uma viagem tão longa, mas agora podemos dizer que valeu muito a pena! Voltamos em 3h20 sem paradas.

Jantamos no Our Village / Mergyugh mas não gostamos muito não. Já estávamos cansados, chegamos e a mulher perguntou se tínhamos reserva; como não tínhamos ela nos colocou numa mesa numa sala fechada, que começou a ficar muito quente. Comemos herise, um kofté diferente e tabule. A Juli pediu um suco de romã (muito amargo!) e o Leo tomou uma cerveja russa Aleksandropol. O local, como o próprio nome diz, parecia uma vila antiga (inclusive os pratos e copos eram de ceramica) e uma banda típica tocava ao vivo.

Dilijan e Sevan

Logo pela manhã pegamos a estrada para Dlijian, a 120km de Yerevan. A estrada é boa e, após passar por um túnel de 2km, o cenário muda completamente: a paisagem mais árida se transforma em uma floresta, a temperatura fica mais amena e entramos no Parque Nacional de Dilijan.

Ficamos impressionados com a beleza da região, que conta com vários resorts. Visitamos o monastério de Haghartsin (séculos X e XI) e lá assistimos a um casamento local, bem simples. O monastério está sendo reformado por um sheik árabe, pois sua esposa se apaixonou pelo local quando visitou Dilijan.

Depois fomos para Goshavank, em homenagem ao cientista medieval Mkhitar Gosh. Foi um dos mais famosos centros culturais e religiosos da armênia medieval. Lá vimos uma khachkar (cruz típica armênia entalhada na pedra) de 1291.

Seguimos para o Sevanavank, monastério de 874 que fica no alto do Lago Sevan, com uma vista espetacular. Almoçamos um peixe chamado sig, delicioso, e lógico que o Leo quis mergulhar no Lago Sevan, o segundo mais alto do mundo (depois do Titicaca) a 1900m de altura.

Conseguimos falar com a Tia Alice (prima da mãe da Juli) e ela nos encontrou no hotel no final da tarde. Todos ficamos muito felizes e ela e a Juli conversaram bastante em armênio (ela não fala uma palavra em inglês). Demos pra ela algumas fotos do casamento, ela adorou. Marcamos de jantar na casa dela no domingo a noite. O Leo está aprendendo armênio e conseguiu falar "Hadjelie tzes destner" (prazer em conhecê-la). Outras expressões úteis para quem vier pra cá:

Shinor hagalen - obrigado
Che - não
Ayo ou Rá (mais informal) - sim
Lamahjun - esfiha
Shawarma - churrasquinho grego
Kofté - kibe
Meg - um
Yergu - dois
Parev - olá
Hantrem - de nada, no problem
Hantrumem - por favor
Angleren hossumekh - você fala inglês?
Karetchur - cerveja
Tchur - água
Kanis sé - quanto custa?
Hadjelie tzes destner (ou handibel) - prazer em conhecê-lo(a)

Depois fomos jantar no Restaurante Ararat, na Republic Square, que tem um ótimo show de danças típicas armênias. No final do show o apresentador chamou a Juli para o palco e fez um concurso de dança armênia. Competindo contra uma egípcia, uma espanhola e uma russa a Juli ganhou e levamos pra casa 30% de desconto e uma garrafa de vinho de presente!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Yerevan Erebuni

Hoje era nosso primeiro dia de tour com a Hyur Services. Marcamos de sair às 10 para não ter que acordar tão cedo. O café da manhã do hotel foi muito bom, tem desde amoras até bastrma, soudjough e matzun...

Na saida fomos surpreendidos pela chegada do Levon Lachikyan, chefe do Ministério da Diáspora para as Américas, que sabia que estaríamos no Golden Tulip, e foi extremamente amável, disposto a nos mostrar a cultura armênia, pois também é artista e crítico de arte. Marcamos de nos encontrar novamente no sábado para ir ao vernissage.

O museu de Erebuni foi a primeira parada do tour, onde vimos a extensão do Império de Urartu (antiga região da Armênia) e a construção da cidade de Erebuni, que deu origem à atual Yerevan. Visitamos as ruinas, que são mais antigas que Roma, e depois seguimos para o Memorial do Genocídio Armênio.

Lá (cujo nome é Tsitsernakaberd) assistimos à apresentação em francês, pois o guia em inglês estava de férias, mas o Leo conseguiu entender quase tudo e pôde descobrir com mais profundidade a história do genocídio armênio. Interessante notar que muito do discurso de Hitler teve origem nas ideias de turquificação e dizimação de uma raça (a "solução final") que culminaram com o genocídio. Outro fato curioso é que Steven Spielberg quis fazer um filme sobre o genocídio e foi inibido por motivos políticos. Saímos de lá emocionados...
O monumento principal simboliza a união das duas armênias (a atual e a que hoje é ocupada pela Turquia).

Depois visitamos quatro igrejinhas, cada uma com sua peculiaridade: uma ficava em um canyon, outra era minúscula, outra tem os restos mortais de São Jorge (e um pomar cheio de salor, ameixas, que o guia colheu para a Juli) e outra do Mesrob Mashdotz, criador do alfabeto armênio.

Voltamos a tardinha, almoçamos um belo shawarma (churrasquinho grego delicioso) na Av. Tumanyan, descansamos e agora estamos no Diamond Pizza, um restaurante com cardápio de 38 páginas, na Republic Square, que tocou até Michel Teló. Dica: o 4o andar é mais tranquilo e tem vista melhor que o 5o.

Na Republic Square (antiga Lenin square), toda noite tem um show das fontes dançantes. Interessante que várias das músicas eram trilhas sonoras de filmes americanos, como Star Wars, Rocky e Rei Leão. A praça é maravilhosa e se Victor Higo disse que a Grand Place de Bruxelas é a mais bonita do mundo é porque ele não veio pra Yerevan.

Primeiro Dia em Yerevan

Chegamos em Yerevan por volta das 3:30 da manhã (tem fuso de uma hora a mais que na Turquia). Apesar da todas as cabines de imigração estarem funcionando a fila era grande e demorou uns 40 minutos. Não tem distinção de fila entre residentes armênios e estrangeiros e na verdade acho que os únicos estrangeiros éramos nós. É possível pegar o visto na chegada do aeroporto (nós já tínhamos) e mesmo de madrugada esta seção estava funcionando normalmente. O pessoal continuava furando fila mas o cara atrás de nós percebeu que éramos de fora e até insistiu para irmos na frente em um afunilamento. A mulher da imigração foi muito simpática e tinha certeza que a Juli era uma das famosas cantoras armênias chamadas Arshakian sisters, foi muito engraçado. Nosso transfer estava nos esperando e fomos para o hotel.

Ao entrar na cidade de táxi já deu pra perceber que era interessante e que gostaríamos daqui: as construções quadradas e diferentes me faziam lembrar da União Soviética (para o Leo; a Juli disse que lembrou dos filmes armênios que o seu avô mostrava para os netos) e às 4 e pouco da manhã de um domingo havia quiosques de comida abertos na rua, mas sem público. Chegamos no Golden Tulip, fomos muito bem atendidos e gostamos muito do hotel: muito bonito, tudo com aparência de novo, quarto espaçoso e ótimo chuveiro. Colocamos o alarme para o meio-dia mas só conseguimos acordar umas 2 da tarde.

Saímos do hotel com medo de não ter nada aberto para o almoço, mas a cidade estava bombando. Sentamos no café L'orange, na Tumanyan street (uma espécie de Oscar Freire) e tomamos café-da-manhã. Começamos a andar pela cidade e gostamos muito de tudo. Conseguimos superar os desafios de fazer compras no supermercado e na farmácia (a Juli conseguiu se comunicar muito bem, fazendo perguntas e tudo mais). Estava muito calor e acabamos voltando pro hotel e indo pra piscina que fica na cobertura.

No fim da tarde fomos para o Cascade, uma praça e escadaria onde as pessoas vão para ver o pôr-do-sol. Subimos tudo mas estava meio nublado, lá em cima dá pra ver a cidade toda com destaque para a Opera, e tem vários plateaus durante a subida com laguinhos e esculturas, bem legal. Parece que lá de cima dá pra ver o Monte Ararat em dias sem nuvens.

No caminho de volta passamos por uma série de cafés nas praças, todos cercados de verde, com sofazinhos, muito agradáveis. Apesar de ser 2a feira havia muita gente nos cafés e nas ruas. Sentamos em um desses mas era muito espalhado e vimos que não íamos ser atendidos tão cedo, então saímos e fomos para outro quase igual e mais barato (Rich Cafe, na região da Square of France/Opera). Tinha narguilé, tomamos uma cerveja e comemos pizza e salada grega (não tinha comidas típicas, mas a pizza era muito boa!). O curioso é que eles cobram para você sentar nos sofazinhos, que eles chamam de área vip (R$15 que valem a pena). O jantar em si sai mais barato do que qualquer lugar que você possa pensar em ir em São Paulo. Voltando para o hotel continuamos impressionados com a quantidade de gente nas ruas em uma 2a feira a noite; nos disseram que a população realmente aproveita o verão e que muitos armênios que vivem fora daqui visitam as famílias nessa época. Na rua só conseguimos distinguir 2 casais de turistas durante o dia inteiro, o resto parecia ser todo mundo daqui.

Um último fato curioso: em todos os restaurantes os guardanapos são lenços de papel (daqueles bem fininhos), que ficam em caixas estilo kleenex customizadas para cada restaurante. Melhor que aqueles de plástico de padaria do Brasil mas ainda assim longe do ideal.

No dia seguinte faríamos nosso primeiro tour guiado.

domingo, 5 de agosto de 2012

Primeiro dia em Istanbul

Após 12 horas de vôo, chegamos em Istambul. O serviço da Turkish é muito bom, ótimo entretenimento e poltronas espaçosas... Chegamos ao aeroporto e a primeira pegadinha: colocamos uma nota de 5 liras turcas na máquina para trocar moedas; a máquina engoliu nossa nota sem cerimônia e não devolveu moeda alguma. Não tinha nem pra quem reclamar...

Depois de uma hora esperando a mala, pegamos o transfer e fomos pro hotel. O quarto tinha vista pro Bósforo e já estava anoitecendo. Corremos pro bar na cobertura do hotel que estava lotado de gringos high society num ambiente que não estava bem a nossa cara. Saímos e fomos andar na região do Marmara Pera, que é muito agradável, cheia de barzinhos e restaurantes, estilo Vila Madalena. Entramos num restaurante que nos fundos tinha um quintal enorme, aberto, com quase todo mundo fumando (não estamos mais acostumados a isso). O garçom chegou e trouxe uma garrafa d'água de 1,5 litros (toda mesa tinha uma) e além disso não tínhamos nem ideia do que pedir. Acabamos pedindo um iogurte achando que era igual coalhada (não era), uma salada grega e um shish kebab (que não é doner kebab), além de 2 cervejas Efes. Total da conta: 80 liras, mas o cara nunca trouxe o troco e foram mais 10 liras pra conta do prejuízo por não entender como as coisas funcionam aqui.

No dia seguinte acordamos bem cedo pra pegar o city tour que saía às 8:10 da manhã! O café-da-manhã do hotel era muito bom e já fizemos check-out, deixando as malas na recepção. Nosso tour era um mini-ônibus com 5 casais de espanhóis da 3a idade e um ótimo guia. A Juli gostou muito porque apesar de turco ele sabia muito sobre a história da Armênia, inclusive sobre o Genocídio (e curiosamente ele era judeu). Começamos visitando o hipódromo (que hoje em dia é só uma praça) e depois a Mesquita Azul, dentro da qual estava muito calor (mesmo sendo 9 da manhã). De lá fomos para a Haya Sofia, que foi o lugar que mais gostamos do dia. Ela já foi igreja católica ortodoxa, depois virou mesquita e hoje em dia é um museu. O legal é que eles tentaram restaurar obras de arte católicas que haviam sido cobertas por cimento no período otomano.

Em seguida fomos na loja de tapetes Matis, onde um vendedor muito eloqüente conhecia até o Guarujá e outro era descendente de armênios. A Juli conversou bastante com ele e entendeu tudo (apesar dela negar) e tivemos um tempo livre para passear pela região de Çemberlitas. Almoçamos no Olives e depois seguimos para a Mesquita do Rustem Pasa (interessante, porém as mesquitas são relativamente parecidas). A última parada foi no Topkapi Palace, com mais de 240 quartos, onde os sultões vivam e mantinham seu harém! A vista para o Bósforo era bem bonita e ali estão algumas das jóias do império, como um dos maiores diamantes do mundo.

Voltamos para o hotel para pegar as malas, esperamos 2 horas e pegamos o transfer de volta para o aeroporto. No check in da Armavia (operado pela Atlas Jet), foi engraçado ver tantos armênios juntos, conversando e "causando" com suas bagagens gigantescas! Na hora do embarque, nada de fila, todos se aglomeraram na porta do gate, furando fila na cara dura. Fomos a quarta pessoa a chegar na fila e 1 minuto depois umas 20 pessoas já tinham passado na nossa frente. Embarcamos no vôo das 23:45 e lá se vai mais uma noite sem dormir, mas vai valer a pena. Estamos muito empolgados em chegar na Armênia e amanhã é dia livre para fazer as coisas no nosso timing.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Rumo à Armenia (com passagem pela Turquia)

Já pedimos o primeiro vinho, ainda no Aeroporto de Guarulhos, para entrar no clima de férias. Nos despedimos também das Olimpíadas, pois vai ser difícil acompanhar por lá. Finalmente, depois de 30 anos, eu (Juli) vou conhecer a terra de que tanto ouvi falar e pela qual tenho tanto amor, mesmo ainda sem conhecer pessoalmente. E, melhor, acompanhada do meu marido! Muita expectativa e ansiedade, agora é so entrar no avião, esperar 12 horas e chegar à primeira parada: Istambul.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Dia 4 - Palmas, Ilha do Canela e Taquarussu

Acordamos muito mais tranqüilos por não ter compromisso de horário com o grupo. Tomamos café com calma e fomos para a Praia da Graciosa. Praia, em Tocantins, como assim? Pois é, existem muitas praias fluviais no estado. Desde que construíram uma hidrelétrica no Rio Tocantins formou-se um grande lago ao lado de Palmas (antes o nível da água variava muito mas agora ficou estável). Nos contaram que a praia antes tinha muita estrutura pro turismo e muitos quiosques. Chegamos lá e estava vazia, dia nublado e parece que nos feriados muita gente volta pras suas cidades natais. Os quiosques (que estão mais para restaurantes) ainda estão funcionando por lá no calçadão acima da praia. Pegamos um barco pra Ilha do Canela (R$10 ida e volta, 20 minutos de trajeto) e ficamos maravilhados! Uma ilhazinha pequena, no meio do "lago", com um gramado no meio, areia de praia, coqueiros, quiosques para você sentar dentro da água e tomar uma cerveja e um peixe delicioso no restaurante. Era isso que precisávamos para relaxar! A única desvantagem era o sertanejo na caixa de som que não tinha como fugir, mas até disso nós gostamos (depois de horas e horas de som diversificado no jipe do Jalapão estamos ouvindo de tudo). O restaurante traz um isopor com latinhas de cerveja e você fica na praia numa boa, sensacional! As praias fluviais aqui já tiveram muitos ataques de piranha (a hidrelétrica desequilibrou o ecossistema e ainda se come muito tucunaré que é o predador natural da piranha) mas agora eles colocam telas isolando as praias (na Ilha do Canela não é diferente).

Saímos de lá e fomos para a Tirolesa Vôo do Pontal, a segunda maior do Brasil com 1300 metros de comprimento. Ela sai do topo de uma montanha e termina em uma agradável chácara de donos simpáticos e atenciosos. Para subir até o alto da montanha são 25 minutos na caçamba de um caminhão. Ao subir na plataforma e olhar lá pra baixo realmente dá medo mas os instrutores são ótimos e explicam tudo com muito detalhe. A Juli subiu na plataforma e decidiu que não ia, mas o instrutor (Ademir) passou muita confiança e ela acabou indo, mais um passo para superar o medo de altura! Ficamos um tempo conversando com um senhor que estava "parando" na chácara enquanto esperávamos o guia do grupo ir nos buscar (eles estavam em umas cachoeiras próximas e desistiram de fazer a tirolesa).

O guia nos pegou e encontramos o grupo no centro de Taquarussu onde estava rolando um bloquinho de carnaval! Bandas ao vivo, música boa, cerveja e tudo bem organizado, realmente surpreendente. Devia ter umas 200 pessoas. Quem disse que no Tocantins não tem carnaval?! Voltamos pra Palmas, comemos uma pizza com o que restou do grupo (alguns já tinham ido embora) e fomos dormir. No dia seguinte acordamos e já fomos para o aeroporto pegar o vôo de volta. Apesar de cansativa, a viagem foi muito legal e conhecemos um lugar bem diferente e um povo muito simpático no meio do nosso Brasil

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Jalapão - dia 3

Acordar às 3:45 da manhã foi duro. Tínhamos ficado na dúvida se íamos nesta trilha da Serra do Espírito Santo ou não, acabamos indo e não valeu a pena. Uma hora de carro sacolejando e depois uma hora de subida de montanha cheia de pedras a noite (quase todo mundo com lanterna, mas o ideal teria sido levar lanterna de cabeça, pois é necessário usar as mãos em diversos trechos para não cair!). Chegando lá em cima não deu pra ver o sol nascendo porque estava meio nublado. A chuva ameaçava cair, mas só garoou. Andamos mais 6km (ida e volta) no plateau lá em cima para ver as dunas, era uma vista "ok", mas que não valia todo o esforço (o Ajeitadinho diria que é igual à Imigrantes... apesar do grupo não ter gostado muito da comparação). Um passeio que não recomendaríamos para qualquer um, vale só a pena para quem gosta da aventura de uma trilha por si só (o que não é exatamente nosso caso, gostamos de uma "recompensa" no final, que geralmente é uma vista diferenciada ou um lugar pitoresco). Voltamos para a pousada, arrumamos as coisas e entramos no jipe para começar o caminho de volta à Palmas (cerca de 11 horas, com paradas)

A primeira parada foi em São Félix onde fomos no Fervedouro do Alecrim (não tão legal quanto o primeiro, mas ainda assim honesto). Em seguida almoçamos uma boa comida caseira na Pousada e Restaurante Jalapão com cozinheiras muito atenciosas. Mais alguma horas e chegamos no Morro Vermelho na Serra do Gorgulho. A lanchonete estava fechada mas ainda assim fizemos uma trilhinha de uns 15 minutos que terminou em cima de umas pedras com vista maravilhosa (muito melhor que a do passeio da madrugada e com muito menos esforço). A trilha tinha uma pequena escalada com jeito de rapel na qual a Juli superou seu medo e se saiu muito bem! Saímos de lá já de noite e umas 2 horas depois chegamos em Novo Acordo, comemos um pastel e seguimos para Palmas (de Novo Acordo pra frente a estrada é asfaltada)

Chegamos em Palmas totalmente acabados. O pessoal ainda saiu pra comer mas a gente tomou a ótima decisão de pedir um lanche no quarto. Decidimos também abandonar o grupo nos passeios do dia seguinte (que seriam as cachoeiras do Taquarussu). Ainda que nosso grupo tenha pessoas muito legais, o convívio nestes 3 dias foi muito intenso e queremos fugir um pouco do ambiente fechado de um jipe. Isto é uma coisa que não esperávamos: as distâncias são muito grandes e 90% do tempo se passa dentro do carro e quase não fizemos caminhadas. Tem que ter paciência, mas pode ser uma boa opção para quem quer conhecer lugares legais e não gosta de caminhar muito.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Jalapão - dia 2

Começamos o dia 2 com um imprevisto: o guia batendo na nossa porta dizendo que eram 8h15 sendo que tínhamos que estar prontos às 8! Olhei o celular e eram 7h15, achei que ele estava brincando de apressar as pessoas mas logo descobri que não. Saímos correndo, pegamos um sanduíche no café-da-manhã e entramos no carro: eu tinha arrumado o celular pro horário daqui (sem horário de verão) mas quando ele pegou sinal da Claro ele voltou mais uma hora sem eu saber. Faz parte.

A primeira parada do dia foi a comunidade de Mumbuca, que faz peças de artesanato com capim dourado. A Juli fez a festa e compramos fruteiras, brincos, caixinhas e afins. Tinha até um tipo de viola feito lá e eles cantaram e tocaram pra gente.

Em seguida fomos para o fervedouro, que foi sensacional! É um lago pequeno de areia branca cuja água brota do fundo e você não consegue afundar de jeito nenhum. E do lado tem um riacho legal (também com correnteza forte) pra tirar a areia do fervedouro. Demos muita sorte porque pegamos um grupo saindo e saímos com um grupo chegando (e só podem entrar 6 pessoas por vez).

Na seqüência fomos para a Cachoeira da Formiga, muito bonita e onde ficamos cerca de 1h30. Tem máscara e snorkel e dá pra ver uns peixinhos no rio. Uma coisa que a Juli adorou é que as águas das cachoeiras daqui não são tão geladas! O dia também ajudou e fez sol na medida certa, sem ficar um calor insuportável.

Almoçamos novamente no Rancho 21 e o maior sucesso foi o mousse de cupuaçu de sobremesa. A tarde fomos nas Dunas que são o cartão postal do Jalapão. Tinha mais gente por lá e não deu pra ver o sol se pondo porque estava meio nublado, mas ainda assim foi muito bom. Dá pra andar um monte pelas dunas e nadar numa lagoa no meio delas. Na volta para a pousada o céu estava incrivelmente estrelado e paramos no meio da estrada com tudo apagado para apreciar.

A noite jantar rápido no Rancho 21 para tentar ir dormir cedo já que no dia seguinte teríamos que sair às 4 da manhã.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Jalapão - Dia 1

Nosso dia começou saindo às 8 da manhã de Palmas debaixo de muita chuva. Depois de 2hs chegamos em Ponte Alta para abastecer e nosso destino final seria a cidade de Mateiros no final do dia. Até Ponte Alta a estrada é asfaltada mas dali pra frente só pegamos estradas de terra nas mais variadas condições. Um veículo 4x4 é fundamental! No meio do caminho paramos na Gruta do Sussuapara, uma gruta com um riozinho no meio pelo qual andamos uns 100 metros. Mais pra frente, já com dia ensolarado, fomos na Cachoeira da Velha, uma cachoeira enorme que de tão grande não dá nem para entrar pra nadar. Alguns quilômetros a frente paramos na Prainha do Rio Novo, uma praia muito legal e que estava completamente vazia! Nadamos por um bom tempo, tendo que tomar cuidado com a forte correnteza do rio. Tomamos um lanche por lá, que tinha pão, cenoura ralada, banana, melão, barrinhas de cereal e a paçoca daqui (um tipo de farofa com carne seca). Um dos guias esqueceu o presunto e requeijão e foi zuado pelo grupo o resto do dia.

Da prainha até Mateiros foram umas 3 horas (nas quais não cruzamos com um carro sequer), com uma ou outra parada estratégica pro pessoal fazer xixi no meio da estrada. Paramos também no bar da Dona Abenita (na entrada das Dunas) onde tomamos a cerveja mais gelada do Jalapão e experimentamos uma cachaça com jalapa (uma planta que adoça a cachaça e dá nome à região).

Estamos em um grupo de 11 pessoas e curiosamente somos o único casal (e tirando 2 cariocas todas as outras pessoas vieram sozinhas). Estamos em 2 carros chamados Maindra Scorpion (4x4 e com ar-condicionado) que acomodam até 7 pessoas. O pessoal é gente fina e tem um italiano muito figura que mora há 4 anos no Brasil. No carro usamos aqueles rádios talkabouts da Motorola para nos comunicar com o outro carro enquanto estamos na estrada (celular só pega nas cidades)

Chegamos em Mateiros acabados e jantamos no Rancho 21, uma chácara que faz uma comida caseira deliciosa. Tinha arroz cuxá, feijão, galinha caipira e suco de murici (que tinha cheiro de queijo ralado e ninguém gostou muito). Dormimos muito bem depois de um dia puxado. A pousada onde estamos se chama Panela de Ferro e é ótima (simples mas bem melhor que o hotel de Palmas), tem um bom chuveiro, boa cama, ar-condicionado e frigobar. Saída no dia seguinte programada pras 8hs.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Jalapão - preparativos

Pensando em repetir o excelente Carnaval de 2010 na Chapada dos Veadeiros (longe da folia), decidimos ir para o Jalapão no Carnaval de 2012. O Jalapão é uma região muito pouco habitada e fica no Tocantins próximo das divisas da Bahia, Maranhão e Piauí. Apesar de dificilmente viajarmos com agências de viagem, um amigo que conhecia a região recomendou fortemente que não fôssemos por conta própria, pois as estradas dentro do parque são todas de terra, você precisa ter veículos 4x4 e em caso de qualquer problema a ajuda mais próxima pode estar a algumas centenas de quilômetros. Fechamos o pacote Incrível Jalapão com a Pisa Tur, muito mais por ser uma das poucas que ainda tinham lugares disponíveis em janeiro do que por ter feito uma extensa pesquisa. O atendimento deles até aqui tem sido excelente.

A primeira descoberta foi que não há vôos diretos de São Paulo pra Palmas, tivemos que ir via Brasília. Conseguimos pegar passagens com milhas e sair de Congonhas às 19h45 da 6a feira (horário que seria inviável de sair de Guarulhos - depois descobrimos que tem vôos diretos saindo de Campinas). Novamente nos preocupamos em fazer uma mala pequena o bastante para ir como bagagem de mão, assim fizemos o check-in pela internet e não pegamos nenhuma fila no aeroporto que estava começando a ficar caótico. Tomamos 2 chopps num Quiosque Chopp Brahma do lado do portão 5 (ótima idéia ter um quiosque assim lá) e embarcamos pra Brasília.

Em Brasília tínhamos uma hora de conexão e fomos tentar comer na praça de alimentação, que já estava para fechar (às 22h30). Lá aprendemos mais uma lição: não confie nos painéis de informações de vôos nos aeroportos! Nosso vôo mudou de status Atrasado para Última Chamada em menos de 5 minutos e tivemos que correr com o sanduíche na garganta com medo de perder o vôo.

Chegamos em Palmas e fomos recepcionados pela Ricanato (empresa com a qual vamos fazer todos os passeios aqui) que nos levou para o hotel Lago da Palma. Só dormimos 5 horas para acordar cedo e partir para o Jalapão!

Algumas curiosidades sobre Palmas:
- a cidade não existia antes da criação do Tocantins e foi fundada em 1988. Assim como Brasília também é planejada e os endereços são quadras e não ruas
- a Praça dos Girassóis é a maior da América Latina e nela ficam diversos prédios públicos dos 3 poderes (parece um parque, muito grande e arborizada)
- quase não tem semáforos, só rotatórias que são chamadas de "queijin" (como um mineiro falando queijinho)
- não tem horário de verão, estamos 1 hora atrás do horário de Brasília