Após devolver o carro, podíamos pegar um water taxi (60-70 euros; disponível também a partir do aeroporto Marco Polo) ou um vaporetto (6,50 euros por pessoa), que foi o que fizemos. Acertamos o barco e a parada e carregamos as malas por 100 metros até o hotel. Chegamos ao Centurion Palace, que tem uma vista linda e fica bem de frente para o Grand Canal; o bairro se chama Dorsoduro e fica a uma parada de vaporetto da Piazza San Marco (mas do outro lado do canal). O bairro é bem mais calmo do que os lados de San Marco e Rialto e foi ideal para a gente que queria descansar e explorar uma Veneza não tão turística. Para ir para San Marco podíamos pegar o vaporetto (6,50 por pessoa cada vez) ou ir a pé pela ponte dell'Accademia, o que fazíamos quase sempre. No segundo dia descobrimos o Traghetto, que é uma gôndola que atravessa o canal por cinqüenta centavos, das 9 às 18hs, mas depende da boa vontade dos gondoleiros.
Recebemos um upgrade no Centurion Palace para uma junior suíte além de uma garrafa de champanhe. Para você que como nós sempre invejou quartos de hotel de dois andares, saiba que eles têm inconvenientes, como quando você quer ir no banheiro no meio da noite e tem que descer uma escada estreita e desconhecida tomando cuidado pra não cair. Para um hotel 5 estrelas tinha alguns defeitos relativos a barulhos e cheiros mas no geral gostamos bastante.
Uma coisa precisa ser dita sobre a Itália: essa imagem de que os italianos são alegres e simpáticos é balela. O serviço nos restaurantes é uma piada e o Leo diz que é pior até do que na França. O pai do Leo classificaria 90% dos garçons como boca dura. Ontem batemos boca com um garçom que se recusou a trazer nossa bebida enquanto não escolhêssemos os pratos: levantamos e fomos embora para outro lugar. Em uma sorveteria nova discussão com uma atendente mal-humorada; pelo menos já nos acostumamos e entendemos que as coisas aqui são assim. Comer em Veneza é bem diferente do que em Roma, tudo muito caro e não tivemos nenhuma refeição espetacular.
No geral andamos bastante todos os dias e tivemos muita sorte com o tempo: no primeiro dia choveu antes de chegarmos e no fim da tarde enquanto dormíamos; nos outros dias muito sol! Nos deparamos por acaso com o Venchi novamente (a sorveteria maravilhosa de Roma) e fomos lá todos os dias! Impossível descrever onde era mas fica a uns 200 metros da Piazza San Marco em direção ao Rialto.
Nosso hotel ofereceu como cortesia uma visita a Murano e lá fomos nós de water taxi pago pela fábrica em Murano. A fábrica (www.massimilianoschiavon.com) não era aberta ao público geral e tinha parceira com o nosso hotel. Vimos os artistas fazendo a obra "O Grito" em vidro e acabamos comprando alguns itens para nossa casinha (alguns trouxemos com a gente e outros vão pelo correio). Fomos também no museu Peggy Guggenheim que era do lado do nosso hotel, tem uns quadros legais de Picasso, Dali e Miró.
Em nossa última tarde fizemos um passeio de gondola (100 euros) pelo bairro de Dorsoduro, evitando os congestionamentos de gondolas de San Marco. Levamos um vinhozinho para acompanhar. No caminho o gondoleiro nos deu a dica do Campo San Barnaba, bastante agradável e onde jantamos na última noite. Valeu o passeio!
Nossa viagem de volta começou com um vaporetto para a estação de trem, onde tentamos antecipar nosso trem mas não conseguimos e enrolamos lá por uma hora e meia. Pegamos um trem de 2 horas e meia pra Milão e de lá outro trem de 1 hora para o aeroporto de Malpensa. Chegamos no aeroporto e nos assustamos com o sinal de cancelado ao lado do nosso vôo na tela de embarques... O vôo da tam das 22hs foi cancelado mas eles criaram um novo a uma da manhã. Estavam oferecendo hospedagem no Sheraton, alimentação e 300 euros para quem pudesse voltar no dia seguinte, mas a ansiedade por ir pra nossa casinha está grande demais (temos acordado toda madrugada pensando nisso). Ganhamos alimentação em um restaurante quase fechando no aeroporto e estamos enrolando até a hora do embarque. Amanhã estaremos em casa!