segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Los Roques - Cayo de Agua e Dos Mosquises

Ontem fomos para a ilha de Cayo de Agua, uma das mais conhecidas, mas também uma das mais distantes. A ida levou um pouco mais de uma hora, em uma lancha com 14 pessoas, mar bonito e molhando bem quase todos os passageiros. Mas valeu a pena porque foi a ilha mais bonita até agora e onde fizemos a melhor sessão de snorkel! Lá tem o maior cayo de agua, com mar verde dos dois lados, maravilhoso!

Saímos de lá e fomos para a ilha de Dos Mosquises, que conduz um projeto para salvar tartarugas ameaçadas de extinção. Eles as criam até um ano de idade. A Juli pôde segurar uma e soltar ela no mar!

Na volta tivemos problemas com o motor e voltamos bem devagar, até que paramos em outra ilha e mudamos de lancha. Nem tudo são flores aqui: muitas picadas de mosquito, a luz na vila é intermitente, os geradores são barulhentos e já tivemos 2 baratas no quarto (aparentemente são comuns aqui e a Juli ta ficando mais corajosa). Nossa máquina fotográfica não é a prova d'água como anunciado e parou de funcionar no primeiro teste aquático (ainda bem que o Macalé e o Rafa tiram bastante foto). O único problema com o sol foi o Leo ter queimado a panturrilha fazendo snorkel. O preço das pousadas não é barato e quem gosta de conforto poderia se perguntar se não preferia ficar em um hotel top em outro lugar pelos mesmos 200 dólares da diária (com pensão completa). Mas estamos gostando muito e ontem comemos um atum delicioso no jantar, pescado no dia. Cada lugar com suas vantagens!

sábado, 29 de dezembro de 2012

Los Roques - Madrizqui e Francisky

Chegamos no Parque Nacional de Los Roques em um avião da Aerotuy para 44 pessoas, que pousa em uma pista no meio da ilha. Não é um aeroporto propriamente dito, só tem um guichê pra pagar a taxa de 180 bolívares por pessoa para entrar no Parque. O Jesus, dono da nossa pousada, nos recebeu com um carrinho para levar as malas. Ele disse que moram 1700 pessoas na vila e que 60% são crianças (precisam contar os cachorros também porque tem muitos!)

A Posada Los Corales só tem 4 quartos e tudo é feito pelos donos (Jesus e Celeste) e uma ajudante (Sulimar), mas nessa época os 3 filhos deles também estão aqui ajudando. O quarto tem ventilador e ar-condicionado e gostamos muito do atendimento e atenção dos donos. Não é a pousada mais luxuosa da ilha mas também não é a mais simples. Tivemos o sentimento que a qualidade das pousadas é proporcional ao preço e os passeios também são tabelados.

No primeiro dia fomos pra ilha de Franzisky, a segunda mais próxima de Gran Roque (a maior ilha, onde ficam a vila e as pousadas). Uma lancha a motor com capacidade para umas 12 pessoas nos levou para a ilha e nos deixou lá, com guarda-sol, cadeiras e a cava preparada pelo Jesus. Cava é uma caixa térmica com água, refrigerante, sanduíche, frutas, bolachas, um saco de gelo e no nosso caso cerveja (cobrada a parte), tudo o que precisamos para passar o dia na praia! Lá já encontramos a Raquel (irmã do Macalé) e o Rafa e passamos o dia com eles. A água do mar é maravilhosa e alterna tons de azul e verde. Dá pra mergulhar com snorkel todos os dias e andar na praia para ver outros lados da ilha, muito legal!

Saímos de lá umas 4 da tarde, chegamos na pousada, tomamos banho e fizemos uma siesta. O jantar é servido às 19h30 em uma mesa para os 8 hóspedes da pousada e é delicioso, sempre tem peixe fresco pescado no dia! Na nossa pousada só têm casais venezuelanos, o que é muito bom pois estão sempre nos ensinando coisas daqui.

O dia seguinte foi bem parecido só que fomos para Madrisqui e lá tem um pequeno cayo, uma passagem de areia com agua nos dois lados, muito bonita! O Macalé chegou e nosso grupo agora já tem 6 pessoas. Amanhã vamos conhecer Cayo del agua.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Los Roques - Bajo Fabian e Boca de Sebastopol

Dia 01/01 foi dia livre em Los Roques: acordamos mais tarde, tomamos café e por volta do meio-dia demos uma volta na vila pra ver como é a vida em terra e descobrimos que não acontece absolutamente nada! Lemos nossos livros, fizemos cruzadinha e o dia ficou por isso mesmo.

No dia 02/01 fomos para Bajo Fabian, um pequeno banco de areia no meio do mar azul! Fomos os primeiros a chegar e por 10 minutos pensamos que o teríamos só pra gente, mas depois chegaram mais alguns barcos. A sensação de isolamento foi ótima! O Macalé e a Raquel foram embora ao meio-dia pra voltar pro Brasil e nós ficamos até umas 4. Comemos um atum sensacional no jantar!

No dia 03/01 tivemos provavelmente nosso melhor dia! Fechamos o passeio para Boca de Sebastopol na Posada Guaripete, com um guia chamado Chichi. Pra começar falamos diretamente com ele e a dona da pousada na noite anterior, sem intermediários e eles nos explicaram exatamente como seria o dia. Saímos um pouco mais cedo do que o normal pois ficamos num banco de areia com espaço limitado. Chegamos lá e fizemos um pouco de snorkel, mas tinha correnteza e era muito raso, então não foi dos melhores. Quando já estávamos nos acomodando para tomar uma cerveja o Chichi passou, falou que iria fazer snorkel e perguntou quem queria ir com ele e é claro que fomos. Para nossa surpresa ele pegou o barco e andamos alguns metros até chegar numa parte que parecia mar aberto, com ondas pequenas mas que davam uma certa apreensão. Ele pulou antes, disse que estava tudo ok e nós fomos em seguida (com mais 4 passageiros). Quando entramos no mar toda a apreensão passou! Tudo muito calmo, visibilidade gigantesca e um fundo do mar que parecia protetor de tela de computador: peixes coloridos, corais e os raios de sol entrando no mar, foi maravilhoso! O Chichi ficava mergulhando e procurando bichos no meio das pedras e acabou conseguindo pegar um caranguejo que levamos pra praia. Diz a lenda que uma vez ele pegou umas lagostas nesse esquema e cozinhou ali no banco de areia mesmo para os passageiros do barco dele! Foi muito legal ver um barqueiro que realmente gosta do que faz e se diverte explicando e mostrando as coisas pros turistas porque tirando ele todos até então sempre tinham sido secos e pouco comunicativos. No final ainda passamos por Cayo Vapor (carinhosamente apelidado de Cayo desnecessário), que como todas as ilhas é linda, mas o dia já tinha valido a pena.

Dia 04/01 foi nosso último dia: fomos para Franzisky de novo, que fica a 10 minutos de distância. Fizemos um snorkel sem graça (ainda com a lembrança fresca do dia anterior) e saímos às 14hs para pegar o voo da Aerotuy às 17 pra Caracas e de lá o voo Tam das 20hs pra São Paulo. A conexão foi extremamente apertada mas já estamos embarcando de volta. Vai ser muito difícil se acostumar com a realidade de novo depois de passar 9 dias nesse lugar maravilhoso!!!

Caracas

Todos os voos que vão pra Los Roques só saem pela manhã e por isso exigem uma pernoite em Caracas. Em geral as pessoas dormem num hotelzinho do lado do aeroporto e nem visitam Caracas, mas nós somos curiosos e decidimos ficar lá por um dia. Pegamos com milhas o voo da Tam que sai de São Paulo, dura 6 horas e meia e chega em Caracas por volta das 7 da noite (o fuso é de 2:30 a menos).

Quando chegamos o Andrés (amigo de um amigo do Leo) já estava nos esperando no aeroporto. O assédio de doleiros e taxistas foi menor do que esperávamos, talvez porque estivéssemos com ele. Ele nos levou pra casa dele em seu carro e no caminho já nos contou um pouco sobre a Venezuela e que um tanque cheio de gasolina custa menos de 1 dólar! Do caminho pudemos ver alguns morros com favelas muito parecidas com as do Brasil. Ficamos num quarto de hóspedes em um apartamento grande e um pouco antigo, onde ele vive com a mãe e a tia. Antes de dormir tomamos um famoso rum venezuelano, conversamos bastante e definimos o roteiro para o dia seguinte.

Acordamos e o Andrés tinha nos preparado arepas, a comida mais famosa da Venezuela. É uma mistura de pão com panqueca e que pode ter qualquer recheio (no nosso caso presunto e queijo). Ele nos emprestou 500 bolívares fuertes e nos deixou no metrô pois tinha uma entrevista de emprego (ele trabalha com tecnologia e estava de férias). O metrô de Caracas já foi considerado o melhor da América Latina e é bem parecido com o de São Paulo. Fomos pro centro onde vimos a casa onde Simon Bolivar morou, a Plaza Bolivar (com seus edifícios coloniais restaurados) e o Palácio de Miraflores. Por toda parte há cartazes enaltecendo Chávez e o regime socialista.

Na hora do almoço encontramos o Andrés que nos apresentou um amigo da faculdade que queria comprar dólares. Explico: o preço do dólar é fixo (1USD = 4.7 bolívares fuertes) e cada cidadão só pode comprar 3000 dólares por ano, de acordo com uma série de leis. Isso faz com que exista um mercado paralelo intenso e que as pessoas paguem 16 bolívares por dólar (para acompanhar a cotação é só olhar o http://www.twitter.com/chavezparalelo). Com esse câmbio tudo ficou extremamente barato pra nós!

De lá fomos para o Ávila, uma montanha que separa Caracas do mar. Pegamos o bondinho e subimos 1500 metros de altitude, lá em cima a temperatura já é bem mais fria do que na cidade! No topo tem um restaurante italiano e várias barraquinhas de comida típica, comemos cachapa que é uma espécie de panqueca de milho com recheios variados. É um lugar bem familiar e estava cheio de crianças. Depois do Ávila fomos a um mirante na cidade (em um bairro rico) e passamos na Farmatodo, uma farmácia estilo Walgreens. Chegamos em casa exaustos e fomos dormir bem cedo.

Acordamos às 4 da manhã e pegamos um táxi pro aeroporto. Lá descobrimos que para chegar ao paraíso é necessário passar pelo purgatório: filas desorganizadas e nenhuma informação da Aerotuy. Depois do checkin bagunçado chegamos no portão 5, onde não havia nenhum sinal do nosso voo, que também não aparecia na lista de embarques. Todos os passageiros ali tentando descobrir o que acontecia e os funcionários do aeroporto não diziam nada e eram extremamente mal-educados. Finalmente às 8hs (o voo deveria sair às 7:30) nos deram alguma informação e conseguimos sair às 9 com destino a Los Roques! Agora é só aproveitar!