terça-feira, 27 de outubro de 2009

Amazônia

Nossa ida para a Amazônia foi, digamos, curiosa. Em primeiro lugar, tivemos que pegar 1 semana de férias a mais do que o planejado, e a viagem para a Argentina já estava toda fechada; tínhamos pago muito barato nas passagens e as taxas de remarcação não valeriam a pena. Começamos a pensar para que lugar do Brasil valeria a pena ir por 5 dias. Foi então que meu avô disse que tinha milhas a vencer e que nós podíamos usar quantas precisássemos. Hmmm, tínhamos tempo e milhas para escolher ir para onde quiséssemos! Qual o lugar mais vantajoso que poderíamos ir com milhas para ficar 4/5 dias? Para ajudar o Smiles estava emitindo passagens a 6.000 milhas cada perna. Cogitamos algumas praias do nordeste, mas para lá poderíamos ir com mais facilidade em outra ocasião. Começamos a analisar os vôos que tinham disponibilidade para diversos lugares, e ao mesmo tempo comecei a ler sobre Manaus e pensei: “ta aí um lugar que deve ser um mundo completamente diferente”. A Juli topou na hora! Chegamos da Argentina em uma 2ª feira a tarde, trocamos de mala e embarcamos para Manaus na 3ª feira de manhã!

Hotel: A escolha do hotel foi bastante difícil. Optamos por um hotel de selva, pois não queríamos ficar na cidade de Manaus. Existe uma boa variedade de opções, cada uma localizada em um ponto diferente dos rios. A primeira distinção que se deve fazer é sobre os rios: o Negro possui uma água com pH muito ácido (igual ao da coca-cola), e por isso possui uma enorme vantagem: não tem mosquitos, pois eles não conseguem se reproduzir neste pH!! A vida neste rio porém é muito menos abundante. Já o Solimões tem um pH mais apropriado, e é lá que se encontra a maior variedade de peixes e animais, onde existem todos os animais bizarros, os peixes que comem gente, etc. A maioria dos hotéis de selva ficam no Negro e foi para lá que fomos: a falta de mosquitos acabou falando mais alto!

Uma vez escolhido o rio, lemos todas as resenhas de todos os hotéis no tripAdvisor (um site fundamental para quem quer viajar: http://www.tripadvisor.com ) e ficamos na dúvida entre o Tiwa e o Anavilhanas Jungle Lodge (http://www.anavilhanaslodge.com/port_site.htm ). O Tiwa é um hotel a meia hora de Manaus, que permite que você vá para a cidade quando quiser. O Anavilhanas é um hotel a 160Km de Manaus, que fica próximo ao município de Novo Airão, onde se pode fazer o passeio para nadar com os Botos cor-de-rosa. Como queríamos muito fazer este passeio (teríamos que percorrer esta distância de qualquer jeito), e estávamos em busca de sossego e afastamento da sociedade, optamos pelo Anavilhanas Jungle Lodge. Foi a melhor escolha que podíamos ter tomado! O hotel é absolutamente fantástico! Uma van do hotel nos pegou no aeroporto, cruzamos o rio de balsa (mas uma ponte estava em construção que diminuiria consideravelmente o tempo de trajeto, que é de 3h30), depois pegamos uma estrada asfaltada incrivelmente bem conservada e chegamos até o hotel. O Lodge é todo feito de madeira, e tem uma mesinha de sinuca (disparado a atração mais disputada), uma TV com DVDs e Sky (raramente utilizada), uma série de livros sobre a Amazônia, jogos de tabuleiros (mas não tinha gamão) e um bar. A suíte é muito confortável, com ar-condicionado, varanda com rede, frigobar e banheiro amplo. Um ponto positivo é que como só são 16 suítes, você acaba conhecendo e fazendo amizade com os outros hóspedes (a maioria gringos, principalmente casais, alguns em lua-de-mel, mas alguns grupos/brasileiros também). Como o hotel é afastado de tudo, conta com pensão completa, e a comida é deliciosa, sempre com um peixe diferente, mas com carne/frango no cardápio também.

Nossa rotina era a seguinte: acordar às 7h30 da manhã (exceto o dia para ver o nascer do sol, que acordamos às 5h00!!!), tomar café, fazer um passeio das 9 às 11, ficar na piscina até meio-dia, almoçar, dar uma dormidinha, fazer um passeio das 15 às 18hs, ficar na piscina até às 19hs, jantar, jogar uma sinuca e ir dormir lá pelas 21hs. Essa rotina extremamente saudável nos fez muito bem! Mesmo nos momentos na piscina e na sinuca tomávamos no máximo uma ou duas cervejinhas, e já estava bom. Era impossível ficar acordado até às 22hs, o cansaço dos passeios e do calor sempre falava mais alto. Sobre os passeios, sempre saíamos de barco, que nos levava pelo rio até o local da atividade. Os barcos levam uma geladeirinha com água e refrigerante, que são marcados na conta do seu quarto. Ficamos 4 noites e 5 dias, e fizemos as seguintes atividades:

- Tour de barco e caminhada pelo arquipélago de Anavilhanas: passeio interessante, conhecemos um pouco as ilhas e aprendemos a fazer uma armadilha para pegar tatu!

- focagem de jacarés (a noite): foi nosso primeiro passeio. Um dos guias vai dirigindo o barco, e o outro vai na frente com um holofote em busca dos jacarés. Paramos em uma ilha e uma hora os dois guias desceram para pegar um jacaré pequeno, e voltaram segurando ele nas mãos. Eles “laçaram” um bem maior também, que acabou levando o laço embora (é a “força da natureza”)

- contemplação do nascer do sol: apesar de ter que acordar às 5 da manhã, vale muito a pena! O céu é incrivelmente bonito antes do nascer do sol, e a tranqüilidade é imensa! Pegamos o barco e fomos para o meio do rio, e vimos como os pássaros começaram a aparecer depois do nascer do sol. Realmente muito bonito!

- visita aos botos cor-de-rosa e ateliê de arte regional: o passeio com os botos é muito legal! Cada pessoa ganha um prato de peixe, e pode alimentar os botos. Enquanto eles colocam meio corpo pra fora d´água pra pegar o peixe, dá pra passar mão neles. Se você quiser dá pra entrar na água com eles também (óbvio que eu entrei, para preocupação da Juli). Saindo de lá fomos de moto-táxi para uma cooperativa que faz artesanato de madeira. Nós nunca compramos muita coisa em viagens, mas ali estávamos ajudando a comunidade e resolvemos levar presentes pra toda a família. Tinha umas peças muito legais, como uma preguiça esculpida ao redor de um tronco e um tucano para colocar aperitivos. Se você gostar destas coisas, leve dinheiro de sobra neste dia.

- caminhada na selva: um dos melhores passeios. O calor dentro da mata é ainda maior do que fora. Em 5 minutos você já está encharcado, parecendo que entrou embaixo de um chuveiro. O guia foi explicando para que servia cada planta (remédio para malária, perfume para a Chanel, sinalização, etc) e quase me fez comer uma larva de inseto dizendo que tinha gosto de côco. Impressionante também quando ele colocou a mão em um árvore infestada de pequenas formigas, elas tomaram o braço dele inteiro, depois esfregou os braços e elas desapareceram. Segundo ele, os índios fazem isto quando vão caçar para eliminar o cheiro de suor humano do corpo.

- pescaria de piranhas: a isca é coração de boi, o que causou certo nojo entre as mulheres do barco. Foi divertido, apesar de não termos pegado muitas piranhas (no máximo uma por pessoa). Você pode pescar tomando uma cerveja trazida na geladeirinha do barco.

- visita às casas da população cabocla de Tiririca: está é uma comunidade de umas 40 pessoas que vive na beira do rio. Conhecemos a casa para fazer farinha e alguns artesanatos locais. As crianças de uns 6 anos de idade estavam com um facão maior que elas, cortando madeira para fazer espetinhos para churrasco, que eles vendem a menos de R$10 o milhar!! Eles tinham também uma arara azul e um falcão de estimação, que vimos bem de perto. Como não podia deixar de ser, tem um campinho de futebol lá (que desempenha papel social importante, pois são marcados torneios entre as populações, e assim surgem os casamentos)

- canoagem pelos igapós e igarapés: as canoas (para 2 pessoas) não são nada estáveis, e se não tomar cuidado ela vira e vai tudo pra água. No final nadamos em uma lagoa formada pelo rio.

- prática com arco e flecha: essa atividade é na mata ao lado do hotel mesmo, então quem não curtir muito a idéia pode voltar logo pra piscina. Eu e a Juli fizemos questão de nos aprimorar, e no final estávamos mandando muito bem!


Ah, e mais alguns pontos que eu esqueci de mencionar e que ficaram difíceis de encaixar no texto:

- Anavilhanas é o nome de um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo, protegido pelo IBAMA e onde nem mesmo a pesca é permitida (exceto pelos índios). É formado por 400 ilhas na época de seca, que viram cerca de 800 na cheia (que divide ilhas em pedaços menores)

- o hotel de selva mais famoso é o Ariaú Towers, talvez porque era o único que existia na década de 80. Ouvimos falar que ele anda meio derrubado (não sei dizer se é verdade ou não). De qualquer forma, ele tem outra proposta que o Anavilhanas Jungle Lodge, pois é um hotel muito maior, para centenas de hóspedes. Para o que estávamos buscando, o Anavilhanas foi simplesmente perfeito!

- o site da agência de viagens Viverde (http://www.viverde.com.br/ ) possui muita informação útil e foi nosso ponto de partida para a escolha do hotel. Eles têm um comparativo entre os principais hotéis. Entramos em contato com o Ricardo e ele foi extremamente atencioso, nos deu uma série de dicas importantes e fez a reserva do Anavilhanas para nós.

- animais: se você está esperando ver muitos animais, a Amazônia não é o lugar ideal para você. Ao contrário do Pantanal, na Amazônia os animais estão todos dentro da mata, onde estão muito mais protegidos, e nós vimos pouquíssimos animais. Mesmo os pássaros foram muito poucos. O que impressiona mesmo são a flora e o tamanho dos rios.

- seca x cheia: ficamos na dúvida sobre qual época seria melhor, a de seca ou a de cheia. A única conclusão a que chegamos é que são tudo fica completamente diferente, então pretendemos fazer outra viagem para lá na época da cheia (fomos na seca)

- cruzeiros regulares: essa é uma alternativa interessante que pode ser o alvo da nossa próxima viagem para lá. Ao invés de ficar em um hotel, você fica em um barco
que vai navegando pelo rio, e assim acaba conhecendo lugares menos habitados ainda.

- encontro das águas: a desvantagem de ficar afastado de Manaus é que o Anavilhanas não inclui um passeio para o Encontro das Águas (local onde o Negro e o Solimões se encontram). Por quilômetros as águas não se misturam e pode-se ver/sentir claramente a diferença de cor e temperatura dos dois rios. O que fizemos foi contratar uma agência de viagens de Manaus, que nos levou para o encontro das águas e para um city tour antes de irmos para o aeroporto. Em breve vou colocar o contato deles aqui.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Buenos Aires


Foi minha primeira vez em Buenos Aires (Leo; a Juli já tinha ido) e eu fiquei positivamente surpreendido! Gostei demais da cidade, superando de longe minhas expectativas. Tive até um sentimento de “eu moraria aqui”, coisa que raramente já senti, nem mesmo nas mais badaladas cidades da Europa. Então vamos lá:

Hospedagem: como íamos ficar 6 noites, após pesquisar todos os hotéis, a Juli encontrou um site que aluga flats por curtos períodos de tempo: http://www.apartmentsba.com – o hotel que íamos ficar sairia US$80/noite, que vezes 6 daria US$480, e ficava em Boedo (um bairro boêmio porém mais distante). Conseguimos um flat de 55 metros quadrados, totalmente equipado, extremamente bem localizado na Recoleta, por US$400 a semana. Gostamos muito da experiência! Apesar de não ter arrumação diária, você não se sente em um hotel, e parece que está em casa! O flat tinha TV a cabo, microondas, geladeira, fogão (que obviamente não foi utilizado!), conexão a internet, um telefone fixo com secretária eletrônica (as pessoas podiam nos ligar e deixar recado), e até um celular pré-pago com número local (que foi muito útil; colocamos 20 pesos de crédito e pudemos nos comunicar com os amigos que moram por lá). O apartamento que ficamos foi o http://www.apartmentsba.com/apartment-rentals-1/recoleta-5/AP33-p521/ - De lá podíamos ir a pé para o cemitério da Recoleta e alguns dos melhores restaurantes da cidade, como os da Calle Posadas (incluindo La Recova de Posadas, que vou falar mais abaixo). Apesar dos táxis serem absurdamente baratos, economizamos tempo e dinheiro estando bem localizados também.

Bairros: não vamos falar muito sobre os bairros/passeios, porque isso se encontra em qualquer guia de Buenos Aires. Uma dica interessante sobre os passeios é que no site da cidade de Buenos Aires você pode baixar cerca de uma dúzia de arquivos de áudio para cada área de interesse da cidade. Coloque todos no seu ipod e pronto: você já tem um guia explicativo das principais partes da cidade. O link é: http://www.bue.gov.ar/audioguia/ - dá pra ouvir os áudios discando para *8283 também, mas a ligação não é gratuita.

Palermo: bairro rico que contém uma série de bons restaurantes e lojas de marcas famosas. Dividido em Palermo Chico, Palermo Hollywood e Palermo Viejo/ Palermo Soho - estilo Vila Madalena, com uma feira de artesanato na Plaza Julio Cortázar imperdível (para as mulheres, principalmente), todos os finais de semana.

San Telmo: o bairro mais antigo da cidade, mas muito charmoso, repleto de antiquários, museus, prédios históricos, salões de tango e uma feirinha, na Plaza Dorrego, que lembra a nossa Benedito Calixto, com barzinhos para tomar cerveja e casais dançando tango por toda parte (especialmente aos domingos).

La Boca: bairro humilde (não recomendado andar por lá a noite, e bom ficar esperto durante o dia) onde ficam La Bombonera e o Caminito. Não pudemos entrar na Bombonera nem no museo de La pasión boquense por causa de um show de um cantor brega (Arjona), que fechou toda a região por 1 semana! O Caminito eu achei extremamente sem graça, totalmente turístico, com todos tentando te vender alguma coisa ou te levar para seu restaurante. As coisas lá custam o dobro do que no resto da cidade. Na minha opinião (Leo), acho que vale ir, ficar 10 minutos e ir embora. Não espere muita coisa de lá!

Recoleta: o bairro mais elegante da cidade, com hotéis famosos como o Alvear e o inusitado passeio no Cemitério da Recoleta, um pouco mórbido, mas repleto de turistas em busca de uma foto no túmulo da Evita Peron. O Patio Bullrich é dos shoppings mais “chiques” de Buenos Aires, mas como nosso negócio era comer e não comprar, acabamos nem visitando...

Las Cañitas: é um dos lugares de agito noturno, tem alguns restaurantes e uma série de bares, achei uma região legal. Comemos por 140 pesos na varanda de um restaurante de esquina das calles baez x alvora

Restaurantes: é nesta parte que poderemos dar as melhores dicas! A primeira é comprar a revista Time Out, que só custa 20 pesos e traz ótimas dicas de lugares para ir, com endereço, descrição, telefone, horários, preço médio, etc (estilo Vejinha). O site tem informações úteis também: http://www.timeout.com/buenos-aires/ .

Com o câmbio extremamente favorável para nós, pudemos ir aos melhores restaurantes da cidade (que os jovens não freqüentam, pois praticamente não havia ninguém abaixo de 40 anos), comer extremamente bem, tomar vinho e ainda assim não gastar mais do que R$100 o casal. Aqui vai a lista dos restaurantes onde fomos:

- Fervor (na Recoleta, Calle Posadas 1500): lugar bonito, pratos excelentes (que não vêm com acompanhamentos, mas nem precisa). O melhor de tudo é o sorvete da casa: possivelmente o melhor que já tomei na vida! Conta: 200 pesos

- La Parolaccia (em Puerto Madero): ambiente muito agradável, com vista para o canal. Conta: 190 pesos

- El amanecer de Carlitos y sus hijos: esse realmente foi uma surpresa! Eu (Leo) queria ver o rio da Prata e pedimos para que um taxista nos levasse a um lugar onde se pudesse ver o rio. Ele nos levou para o distrito de Vicente Lopez, a 5 minutos da saída de Buenos Aires pelos lados de Nuñez. Vimos o rio e entramos em uma pequena lanchonete. Quando abrimos o cardápio, descobrimos que era o pós-balada mais famoso da Argentina! Tinha uma série de reportagens sobre o lugar, uma delas da revista Playboy fazendo um comparativo entre as panquecas do Carlitos e um Big Mac! Nem íamos comer, mas tivemos que prestigiar este local único! Tem mais de 80 tipos de panquecas, cada uma com o nome de uma celebridade (tinha do Lula, Maradona, Che Guevara). Resultado: panqueca e sucos (licuados) excelentes e um programa que aposto que poucas pessoas já fizeram em Buenos Aires.

- Cabaña Las Lilas: um dos restaurantes mais badalados, do mesmo dono do Figueira Rubayat, foi um pouco decepcionante para nós. Já que era para gastar, pedimos um Kobe beef, que não era nada de extraordinário. Após uma leve discussão com o garçom, ele assumiu que a carne não vinha do Japão, que era uma 3ª geração argentina que eles estavam criando e que quando estivesse na 5ª ou 6ª seria igual a carne japonesa. Não nos convenceu... O serviço também deixou um pouco a desejar, os garçons erraram algumas vezes, apesar de terem sido muito rápidos na correção. É um lugar bastante turístico (tivemos que esperar quase uma hora para sentar). Resultado: conta de 450 pesos. Por toda a gama de bons restaurantes na cidade, acho que tem muitos outros lugares onde se come igual/melhor gastando muito menos.

- Jardim Japonês: ao visitar o Jardim Japonês não agüentamos e tivemos que comer sushis no restaurante que fica dentro do parque. Um combinado de 25 peças de salmão com 2 bebidas saiu 110 pesos. O jardim em si é bonito e estava razoavelmente cheio de turistas. Um dos destaques é a criação de bonsais.

- Romario: sim, um bar/restaurante em homenagem ao baixinho, bem no meio de Palermo!! Ambiente jovem, com uma varanda agradável no andar de cima. Serve pizzas (mesmo no almoço) e boa cerveja. Preço: 140 pesos

- San Juanino: no meio do glamour da Recoleta, um restaurante simples de comida típica argentina. Destaque para as empanadas de 5 pesos cada uma, excelentes! Pelo que vimos, o carro chefe da casa é o cervo a caçadora (45 pesos), mas não tivemos a oportunidade de experimentar.

- La Biela (Recoleta): um dos cafés/restaurantes mais badalados da Recoleta, talvez um dos locais mais turísticos da região. A wikitravel diz que se você não tomou um café no La Biela, não foi a Buenos Aires. Bem que nós tentamos... sentamos lá por 15 minutos, chamamos o garçom algumas vezes, mas ninguém atendeu a gente. Levantamos e fomos embora, fazer o quê?

- Piegari: excelente restaurante em “La recova de Posadas”. Comemos extremamente bem (280 pesos), talvez tenha sido o restaurante que mais tenhamos gostado. Mas o mais incrível é o local: fica embaixo de uma ponte! Só que ao invés de mendigos e sem-teto, o local é muito bem cuidado e virou atração chique: tem um Four Seasons, alguns bons restaurantes como o Sorrento e o próprio Piegari, uma loja de alfajores Havanna. Belo exemplo!


Nós no Hipodromo de Palermo, ganhando 3 cuadrifectas seguidas!!


Aeroporto: Por fim, combinamos com um táxi para nos pegar no flat e nos levar para o aeroporto. O preço justo é algo entre 80 e 90 pesos. Levamos cerca de 40 minutos da Recoleta até Ezeiza (o aeroporto internacional, afastado da cidade), às 7hs da manhã de uma 3ª feira (mas considere que o trânsito pode ser muito pior que isso).

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Córdoba


Córdoba!! Também conhecida como Córdoba Capital (para diferenciar a cidade, que é capital da província de mesmo nome), tem um 1,3 milhões de habitantes e uma grande população universitária. Terra do cuarteto que eu (Juli) e Leo já gostávamos há algum tempo, dos grandes ícones Carlitos La Mona Gimenez e Rodrigo “El Potro” Bueno (morto em um acidente de carro no ano 2000, que causou comoção nacional estilo Mamonas –(estilo Senna, na opinião do Leo )). Se você for para Córdoba, tem que ouvir pelo menos uma música de cada um deles, se não a viagem não está completa. Se você gostar tanto da música quanto nós, deve saber que os shows do La Mona Gimenez são extremamente perigosos (TODAS as pessoas sem exceção nos advertiram para não ir), e você ficará mais tranqüilo em um show do La Barra (um representante mais elitista do ritmo) nas baladas (chamadas boliches em castelhano) na região do Chateau.

Além disso, Córdoba é a terra de amigos de infância – armênios – que sempre se reúnem anualmente nas Olimpíadas Sul-Americanas da UGAB para jogar um pouco de futebol, vôlei e, claro, cuartetear.

Ficamos no Hotel Garden, bem no centro, em uma zona peatonal (rua só para pedestres). Limpinho, barato (US$40 por noite), bem localizado; extremamente simples porém. As melhores baladas ficam em Nueva Cordoba, área em que muitos estudantes moram. Alguns bons restaurantes espalhados pela cidade: Don Anastacias (ótima paella, cerca de US$35 o casal); Viejo Lobo (24 de Sieptiembre X Springles), não chegamos a ir, mas estava sempre lotado e foi bem recomendado por várias pessoas; San Honorato, que estávamos curiosos para conhecer, estava fechado, dizem que é uma antiga padaria (?) e que a comida é muito boa (fica na Pringles x 25 de Mayo).

Uma amiga nos levou em um lugar gostoso, para “picar” (dar uma “beliscada”), pedimos tábuas de frios deliciosos, no Sha Bar (Alta Cordoba). Comida japonesa ainda não é febre por lá como em SP, mas não resistimos e comemos no SushiClub (caro, mas gostosinho...perto do Paseo del Buen Pastor). Aliás, vale a pena visitar o Paseo,com igrejinha, restaurantes e barzinhos a sua volta, às vezes palco para alguns shows, mas no fundo é simplesmente um “lugar para estar”.



Ainda sobre os restaurantes (comemos bem na Argentina, como podem perceber), o La Perla é um lugar bem popular, mas com comida deliciosa, farta e de todos os tipos. Ambiente “família” e bem barato – gastamos US$20 os dois – na Av. Olmos.
Algumas curiosidades sobre a cidade:
- táxis x remis: você verá na rua tanto táxis (amarelos) quanto remis (verdes). Na prática, nenhuma diferença. Nem a população local sabia nos dizer por que existiam 2 tipos diferentes. A Wikipédia nos esclareceu que antigamente os remises eram apenas chamados por telefone, e não podiam pegar passageiros na rua; hoje, porém, a diferença inexiste.

- táxis na hora do rush: logo que chegamos a Córdoba, após deixarmos as malas no hotel, fomos para a rua pegar um táxi. Era a hora do rush de uma 6ª feira. Logo percebemos que os táxis não paravam para nós, e nos deparamos com filas de 10-15 pessoas em esquinas, esperando por táxis, que nunca passavam vazios!! Perdemos quase 1 hora esperando em uma fila para pegar um táxi. Incrível...

- gorjetas: pelo que entendemos, ao contrário de praticamente toda a América do Sul, não existem gorjetas em Córdoba!! Ao pegar um táxi que custava 9,80 pesos, dávamos 10 pesos ao motorista, que insistia em nos devolver os 20 centavos de troco, mesmo se disséssemos que não precisava. Eles não entendiam nada e faziam questão de nos devolver o troco. Isso aconteceu algumas vezes até que desistimos de deixar o troco. Nos restaurantes também não nos pareceu muito comum deixar os 10%. Perguntamos a alguns amigos (todos universitários, é verdade), quanto se costumava deixar de gorjeta, e eles disseram que não se deixa gorjeta em Córdoba. “Mas e se quisermos deixar alguma coisa, quanto deve ser? 10%”. E a resposta: “não se dá gorjeta em Córdoba”. Resolvemos sempre arredondar a conta para cima e nos pareceu justo. Às vezes não deixávamos gorjeta e ninguém fez cara feia também...

- sotaque: os cordobeses têm um sotaque inconfundível, tão cantado quanto o italiano. Preste atenção quando as pessoas falarem e você saberá identificá-lo em qualquer lugar do mundo a partir de então.

- futebol: Atualmente Córdoba não tem nenhum time na 1ª divisão, mas os principais times da cidade são o Talleres (que já jogou contra o São Paulo em alguma competição sul-americana), o Instituto (conhecido como “La Glória”) e o Belgrano.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Oktoberfest em Villa General Belgrano

Resolvemos ir até Villa General Belgrano de táxi mesmo, direto do aeroporto, ao invés de ir até o terminal de ônibus, pois no final não seria tão mais caro e chegaríamos mais cedo na cidade (= começar as atividades etílicas mais cedo). O ônibus Córdoba-VGB custa cerca de 10 a 15 pesos; o táxi direto do aeroporto saiu por 50 dólares (aprox 180 pesos). Isto ainda nos poupou uma caminhada/táxi do terminal de VGB até a pousada.
Escolhemos a Pousada Tantra (http://www.elsitiodelavilla.com/tantra ) pela Internet, porque era bonita (pelas fotos) , barata (US$35 diária) e o Diego (dono) foi super atencioso nas trocas de e-mails (e mais ainda ao vivo!). Ambiente super tranqüilo, com piscina (apesar do frio), café da manhã gostoso e serviço nota 10. Se quiser outras opções, procure no site El Sito de la Villa (http://www.elsitiodelavilla.com/ ). Se a intenção for o Oktobefest, fique no Centro, para ir e voltar a pé (a oferta de táxi não é tão grande quanto em Buenos Aires).



Chegamos no começo da noite e, claro, já fomos conhecer o “Parque Cervecero”. Sim, é um parque (lindo, por sinal) com barracas e mais barracas de cerveja e algumas outras vendendo churrasco e guloseimas em geral (doces, salsichas, presunto cru...). Durante a festa, algumas “atrações” locais se apresentam, nada que tenha cativado nossa atenção por mais de 2 segundos (ok, os pais das criancinhas que dançavam pareciam orgulhosos, mas estávamos mais focados em degustar aquelas cervejas todas – de Warsteiner às artesanais). Como estávamos em plena quarta-feira, a festa estava tranqüila, mas nos finais de semana o parque fica abarrotado.





Nossa experiência foi, digamos, singular. Logo na primeira noite conhecemos o pessoal da barraca da DUFF (é, a cerveja dos Simpsons) e ali nos instalamos. O hino (teta,tetatetateta,teta) nos cativou de tal forma (todos tinham que experimentar a cerveja em uma caneca no formato de...bom, podem imaginar, né?) que até tentávamos ir para outras barracas, mas a alegria dos caras de lá era incrível, a “química” funcionou..rs Quando o Parque fechou (por volta da meia-noite), fomos ainda jogar sinuca com um pessoal (daqueles que você conhece no mesmo dia, sabe que nunca mais vai ver, mas que viram melhores amigos durante uma noite).

No dia seguinte, almoçamos no Zepellin um bife de chorizo com salsa de três pimientas que foi eleito o melhor prato da viagem (eleito por nós, of course). Depois, seguimos para o Parque Cervecero para ficar “um pouquinho” e logo voltar para o hotel, mas acabamos ficando até o fim da noite... Conhecemos todas as pessoas que passaram pela Duff (se tivesse uma votação, com certeza seríamos eleitos o “Mister e Miss VGB”, porque estávamos muito comunicativos e simpáticos..rs), divertimos muitos com nossa caneca em forma de chifre, comprada na Olaff (tem que comprar uma caneca antes e depois só ir comprando o refil), conhecemos o sósia do Mandia, um amigo nosso de SP, cantamos TODAS as músicas de cuarteto (que brasileiro conhece todas as músicas do Rodrigo?)e encerramos a noite DENTRO da barraca, com nossos amigos, com direito à capa da Duff e vontade de lá ficar.



No dia seguinte, rumo à Córdoba!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Argentina

Após a tentativa frustrada de ir para a Argentina em julho, devido à gripe suína, conseguimos organizar a viagem em outubro. Coincidentemente, outubro é mês de Oktoberfest! Sim, também existe Oktoberfest na Argentina, em uma pequena cidade chamada Villa General Belgrano, a cerca de 100 km de Córdoba. A cidade é muito bonita, uma mistura de Monte Verde com Campos do Jordão; estilo europeu, bons restaurantes e pousadas charmosas. A cidade está nas Sierras de Calamuchita, o 2º destino turístico mais popular entre os argentinos (pelo que nos disseram... e no Brasil ninguém nunca ouviu falar!). Também nos disseram que após a 2ª Guerra muitos nazistas se esconderam por lá, mas isto é passado.
Vamos começar pelos itens básicos então:
- Passagens: encontrar vôos para Córdoba não é das tarefas mais fáceis... a TAM cancelou seu vôo; a Pluna tem vôos com escala em Montevidéu; a Gol tem um vôo com escala em Porto Alegre em horários ruins; a Aerolineas Argentinas tem escalas ingratas, ou com tempo de conexão enorme ou com troca de aeroporto em Buenos Aires. Optamos pela LAN (antiga LAN Chile, que agora tem vôos em praticamente toda a América do Sul), com escala em Santiago do Chile (o vôo passa exatamente em cima de Córdoba, leva 4hs até Santiago, e depois volta umas 2hs para pousar em Córdoba). Apesar do percurso irregular, o preço foi imbatível, pois fizemos uma triangulação São Paulo-Córdoba- Buenos Aires-São Paulo, e saiu mais barato do que o equivalente a três pernas São Paulo-Rio de Janeiro. O atendimento, serviço e lanches de bordo também foram muito bons! A LAN ainda acumula pontos para Fidelidade TAM.
- Algumas dicas sobre a Argentina:
• As tomadas lá são diferentes do que no Brasil, e você não irá conseguir ligar nenhum equipamento com padrão americano (tomadas quadradas). As redondas funcionam normalmente, então leve adaptadores/benjamins (é uma coisa simples mas que pode te trazer transtornos se tiver que comprar lá. Nós tivemos que comprar: encontre uma loja de matérias elétricos (definitivamente não é o que você quer fazer nas suas férias) e peça por um adaptador de enchufes)
• Câmbio: por mais que possa parecer tentador trocar reais por pesos argentinos, ainda vale mais a pena trocar reais por dólares e depois dólares por pesos. A integração econômica do Mercosul ainda não é tão forte quanto gostaríamos, e dólar é dólar. “OK, então eu chego ao aeroporto e troco meus dólares por pesos, certo?” Não!! As taxas de câmbio nos aeroportos são péssimas e se você trocar todo o seu dinheiro lá vai acabar perdendo bastante no câmbio (aprox. US$10 a cada US$100 trocados). Troque somente o suficiente para pegar um táxi até o hotel e lá eles te indicarão um bom lugar para o câmbio (casas de câmbio nas áreas turísticas têm taxas infinitamente melhores que aeroportos)
• Táxis: existem guichês de táxis dentro do aeroporto, que podem ser um pouco mais caros, mas que eventualmente valham a pena por aceitarem dólares e/ou cartões de crédito. Se você for pegar um táxi dos que ficam esperando na rua fora do aeroporto, muito cuidado com este golpe: você dá uma nota de 100 pesos e o taxista vai te dizer que a nota era de 10 pesos! Você ainda não conhece as notas, nessa hora ele já guardou o dinheiro no bolso e a discussão fica difícil. Já vi amigos viajados caindo nessa... Por outro lado os taxistas em Buenos Aires são muito gente fina, nos deram ótimas dicas (adoram dar uma de guia turístico) e nenhum deles tentou nos enganar (pelo menos que a gente tenha percebido)