domingo, 19 de agosto de 2012

Último dia em Istanbul

Chegamos em Istanbul e voltamos para o hotel Marmara Pera. Pegamos nossa mala grande que tínhamos deixado lá, fizemos check-in e fomos para o Spice Market. A Juli comprou queijo feta pra levar pra casa (mas esquecemos no frigobar do hotel...), além de uma pimenta e um sal com gosto de limão. Andamos até a Basilica Cisterna, um local subterrâneo com capacidade para armazenar até 100.000 toneladas de água. É da época do Império Romano do Oriente (século VI) e tem 12x28 colunas romanas de 9 metros cada sustentando o teto. Destaque para 2 colunas que têm a cabeça da medusa esculpidas na base, uma de lado e outra de cabeça pra baixo (pra quem olhasse pra ela não virasse pedra). Almoçamos no Barbecue Cafe, lugar muito simpático onde ficamos rindo do garçom que tentava "caçar" turistas para entrar falando todas as línguas possíveis. O cara era bom, mas mesmo assim só teve sucesso uma vez.

Voltamos pro hotel, descansamos um pouco e a noite saímos rumo a "French Street". É uma rua que nunca tínhamos ouvido falar e ficamos extremamente impressionados quando chegamos: uma escadaria com uma série de restaurantes simpáticos, com mesinhas ao ar livre ou terraços no último andar para ver a vista. Lá sim os garçons são bem agressivos e todos tentam te levar pra dentro do seu próprio restaurante. Jantamos no Chez Bore, a Juli adorou a carne e o Leo achou o risoto de frutos do mar nota 6. O ponto negativo é o preço: o dobro de outros lugares em Istanbul (222 liras o jantar com uma garrafa de vinho - é o preço do "ambiente"). O curioso é que nem no hotel nem no tripadvisor se fala muito desse lugar, e não tinha tantos turistas assim. Ele fica atrás do Liceu Galatasaray (que é uma escola com portão grande bem conhecida na Istikal). Vamos repetir: O segredo está nas travessas da Istikal !Nas ruazinhas próximas também há cafés simpáticos, mas com um público mais alternativo.

Voltamos pro hotel e fomos pro bar da cobertura nos despedir da cidade. A vista é incrível! Dessa vez o bar não estava tão cheio e nós estávamos mais arrumados.

Algumas últimas curiosidades:
- as mesquitas têm alto-falantes nos minaretes para que as rezas sejam ouvidas de qualquer lugar. Durante o Ramadã são 5 ou 6 por dia e em alguns dias ouvimos umas de madrugada, mas não sabemos se são rotineiras. Tem uns tambores também, mas não entendemos bem como funciona. No meio do passeio de balão, a 500 metros de altitude, uma turca ajoelhou e começou a rezar. Todos os guias que pegamos não jejuam porque precisam acompanhar os turistas o dia inteiro e alguns já desmaiaram. Pelo que vimos parece ser bem tranquila esta opção de não jejuar.
- o alfabeto turco não tem as letras Q, W e X. Taxi se escreve Taksi
- várias letras tem acentos estranhos. Conseguimos aprender o ç que tem som de tch (exemplo: çokolata) e o s com cedilha que tem som de sh (a cidade de Chicago se escreve com S cedilha que não tem no nosso teclado: Sicago)


Termina aqui mais uma viagem sensacional! No fim das contas fomos gostando mais de Istanbul a cada dia, Pamukkale foi uma surpresa muito agradável, a Capadócia foi tão legal quanto esperávamos e a Armênia foi tão surpreendente quanto especial para nós!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Capadócia

Acordamos às 5:30 da manhã e fomos para o aeroporto. Dessa vez não foi tão tranquilo: tinha uma fila gigantesca para passar no raio-x para entrar no aeroporto e depois nos raios-x para chegar nos portões de embarque. Alguns minutos de tensão mas chegamos com alguma folga.

O aeroporto de Nevsehir também só recebe 2 vôos por dia (Istanbul de manhã e a noite). Fomos recepcionados pelo motorista do tour e vale ressaltar que os motoristas sempre são mal-humorados, não falam com você e muitas vezes nem falam inglês: é uma primeira impressão ruim mas não se preocupe, chegando na cidade um guia mais simpático virá se apresentar. Nem fomos para o hotel e já começamos o tour com nosso guia Mehmet, que tinha cara de japonês (apesar de ser 100% turco) e estava aprendendo português.

Começamos por um vale com vista belíssima das "fairy chimneys", que são pedras esculpidas pela erosão com forma de chaminé/casa dos smurfs, formando uma paisagem incrível! De lá fomos para um castelo de pedra no topo da montanha; não é possível subir no castelo, mas tem várias pedras/chaminés para serem exploradas. O chão de areia é traiçoeiro e a Juli escorregou e ralou o joelho (MAS ESTÁ TUDO BEM!).

Em seguida fomos para o Göreme Open Air Museum, uma área ao ar livre com várias igrejas esculpidas no interior das rochas das montanhas. Várias têm pinturas cristãs no seu interior, principalmente dos gregos ortodoxos, mas muitas com os rostos dos santos destruídas. Durante todo o percurso vemos muitas cavernas onde as pessoas viviam. Hoje poucas pessoas ainda moram em cavernas mas elas são usadas para armazenar alimentos. Outro uso interessante são cavernas que têm apenas 3 pequenos buracos na parede: são feitos para os pombos entrarem e deixarem ovos e fezes. Uma vez por ano o "dono" derruba a parede para utilizar esse material como fertilizante e constrói a parede de novo.

Almoçamos num restaurante turístico e a tarde vimos uma fábrica de cerâmica (onde a Juli fez um vaso) e dois vales com pedras que têm formas de coelho, papagaio, cogumelo, mão e o que mais você quiser imaginar. Neste dia encontramos muitos turistas brasileiros.

A noite fomos jantar no restaurante mais bem avaliado de Ürgüp segundo o tripadvisor para comemorar o aniversário do Leo: o Ziggy's Cafe. Ficamos numa mesa ao ar livre no último andar de uma casa com serviço, vinho da Capadócia e comida excelentes! Comemos salada de batata, azeitonas com queijo e um molho apimentado, frango com alho e macarrão com bastrma: um melhor que o outro! Ficamos extremamente satisfeitos e foi um ótimo lugar para comemorar!

Hoje acordamos às 5:30 da manhã de novo para fazer o passeio de balão. Chegamos na Ürgüp Balloons e ficamos esperando uma meia hora sem ninguém nos explicar nada, o que nos deixou meio frustrados (a gente gosta de informação). Além disso o sol já estava nascendo e havia dezenas de balões no ar. Entramos numa van e fomos para um local onde um balão com um grupo estava pousando e subimos umas 20 pessoas. A cesta do balão é dividida em 5, uma no meio pro piloto (que era português) e 4 outras nos cantos para os passageiros. Levantamos vôo e tudo é bem mais tranquilo do que pensávamos, o balão é bastante estável e chegamos a 500 metros de altura, a vista é incrível! O vôo dura cerca de 1 hora e fomos parar bem longe do lugar de onte tínhamos decolado, mas uma van vai acompanhando e o piloto vai falando com o motorista pelo rádio. O pouso é o mais complicado, temos que ficar numa posição específica, chegamos no solo com alguma velocidade e os caras da van correm pra segurar pro balão não virar nem decolar de novo. É a parte mais tensa mas deu tudo certo e está filmado! Os caras da van ainda montam uma mesinha e abrem 2 garrafas de champanhe para comemorar o pouso!

Voltamos pro hotel, tomamos café-da-manhã e abortamos o tour da manhã que ia ter uma caminhada de 5km. Dormimos até meio-dia e fomos somente na cidade subterrânea de Kaymakli. Ela tem 2 quilômetros quadrados de área, 8 andares e uma série de túneis e salões subterrâneos. Os cristãos se escondiam e moravam nesta cidade em tempos de guerra e perseguição. É impressionante! Voltamos pra cidade e comemos no In Cafe, um simpático café que depois descobrimos que é o #4 no ranking do trip advisor.

Sobre nosso hotel: estamos no MDC cave hotel, que fica incrustado na montanha e cujos quartos são meio que cavernas, porém com bastante conforto. O ponto ruim é que não tem ar-condicionado e o quarto fica bastante quente. Ontem a noite dormimos com as janelas abertas, mas a noite aqui esfria bem, como num deserto. Fica a cerca de 1km do centro de Ürgüp mas tem um motorista para levar e buscar as pessoas.

Resolvemos ter a tarde livre e baixamos um filme no itunes pelo ipad, funciona muito bem! Arrumamos as malas e jantamos no restaurante do hotel, ao ar livre, com música ao vivo e rodeados por um grande grupo de turistas japoneses. Amanhã cedo voltamos pra Istanbul e no dia seguinte de volta pra casa!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Pamukkale

Acordamos às 5 da manhã com o despertador do celular. O hotel perdeu muitos pontos por nunca ter feito a wake up call que tínhamos pedido. Como já tínhamos feito check-in na noite anterior, em 20 minutos estávamos no portão de embarque, sensacional! O vôo foi só de uma hora, tranquilo. Chegamos em Denizli e só tinha nosso avião no aeroporto inteiro. Descobrimos que só há 3 vôos por dia, mas apesar disso a infra-estrutura até que é boa. Fomos recepcionados pelo nosso guia e pegamos pouco menos de 1 hora de van em uma estrada em ótimas condições. Denizli é uma cidade que vive da produção têxtil (principalmente do algodão) e venda de mármore.

Chegamos no portão sul de Hierápolis, uma antiga cidade romana do século I a.c. Na entrada, umas 10 lojinhas de comida e souvenirs, tomamos café e entramos nas ruínas da cidade (15 liras por pessoa). Várias colunas romanas ainda podem ser vistas por ali e, andando uns 10 minutos, chegamos na atração principal: uma montanha inteira branca por causa da cor do mármore travertino, com piscinas naturais de água quente (35 graus), chamada de cotton castle (castelo de algodão). A quantidade de turistas era grande, inclusive alguns brasileiros, mas a paisagem é incrível! Você tem que tirar o sapato/chinelo para pisar no mármore e pode entrar em todas as piscinas naturais (que são bem rasas).

Em seguida fomos para a Ancient Pool, que é uma espécie de piscina antiga com colunas romanas tombadas e pedras dentro. Para entrar paga-se 30 liras e o complexo lembra um parque aquático: lanchonete e lockers para deixar as coisas, mas apenas uma atração que é a piscina. Estava razoavelmente cheio mas ficamos lá por umas 2 horas. Conhecemos também um pedicure diferente, chamado Doctor Fish: são uns peixinhos que comem pele morta e o período de 20 minutos com os pés dentro de um aquário cheio deles sai por 35 liras. A Juli foi pelo folclore e teve que ficar até o final com os peixinhos mordendo os seus pés.

De lá pegamos uma van para a saída norte. No caminho passamos por várias outras ruínas da cidade, como uma fonte, arcos romanos e um cemitério. Deu a impressão de que a caminhada poderia valer a pena, mas ela dura cerca de 2 horas e o sol estava forte. Almoçamos num hotel que tem sua própria fonte de águas termais que chegam a 60 graus e uma cascata de pedras vermelhas.

Tínhamos 4 horas para matar até o vôo de volta. Primeiro fomos a uma fábrica de peças feitas de onix, onde vimos a produção e acabamos comprando umas coisinhas. O vendedor ficou impressionado com o conhecimento do Leo do time da Turquia de 2002. Ele torce pro Galatasaray e o grande astro brasileiro do momento é Felipe Melo, aquele que foi expulso nas 4as de final contra a Holanda na Copa. Na temporada ele fez 13 gols e não foi expulso nenhuma vez: difícil de acreditar... E parece que o Alex continua comendo a bola por aqui. Ainda tínhamos tempo e fomos parar num bar de um gringo, onde tomamos cerveja e jogamos tavli (gamão).

Vôo de volta pra Istanbul, hotel do aeroporto, comida no quarto e cama. Amanhã acordamos às 5:30 com destino à Capadócia!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Spice Market e Cruzeiro no Bósforo

Começamos o dia com uma tarefa inusitada: fazer uma transferência em um banco para recebermos uma encomenda da Amazon. A atendente do hotel foi fundamental em nos indicar a agência (no último andar de um shopping, não íamos achar nunca) e lá contamos com o apoio de uma gerente que falava inglês. Deu certo! Aproveitamos e passamos pela Sephora e segundo a Juli os preços são metade do que no Brasil.

Fizemos check-out do Marmara Pera e pegamos o tour das 13hs. A primeira parada foi o Spice Market / Mercado de Especiarias. Novamente muito mais organizado do que esperávamos. Só tivemos 20 minutos mas a Juli conseguiu comprar frutinhas e o Leo um kebab. Voltaremos no sábado com mais calma.

Em seguida fomos para um cruzeiro pelo Bósforo. Era um barco pra umas 200 pessoas mas que não estava cheio. Durou cerca de 1 hora e deu pra ver várias casas de alto padrão nas margens: de um lado a Europa e do outro a Ásia! No ponto mais estreito somente 700 metros separam os dois continentes. Paisagem bastante diferente do trânsito caótico do centro, vale muito a pena fazer este passeio.

O tour nos deixou na praça Taksim, onde já tínhamos ido ontem e não tínhamos visto nada demais. O guia falou que era a Times Square daqui, então imaginamos que tínhamos deixado de ver algo, mas não, realmente não tem nada pra ser visto lá. Pegamos a Istikal rumo ao hotel e o segredo está em entrar nas travessas! Encontramos vários bares que colocam tapetes e almofadas na rua e as pessoas sentam lá para narguilé e cerveja, muito diferente. Sentamos num desses, usamos a internet, tomamos cerveja e comemos lamahdjun (esfiha em armênio que aqui tem o mesmo nome). Estava boa mas não é igual à da Armênia.

Voltamos pro Marmara Pera pra pegar uma malinha e deixamos 2 maiores, já que voltaremos pra lá no último dia da viagem. Partimos para o Tav Airport Hotel, que fica praticamente dentro do aeroporto. Explico: amanhã (4a feira) pegaremos um vôo às 6:30 da manhã pra Denizli para ir a Pamukkale (a 60km); voltaremos no mesmo dia a noite e no dia seguinte vôo às 7 da manhã pra Nevsehir (Capadócia). Não valia a pena ir e voltar pra Istanbul, economizaremos dinheiro, tempo e horas de sono. O hotel do aeroporto é bom, tem fitness center, sauna, quarto amplo, filmes a vontade por 12 euros e algumas regalias (se você esqueceu itens como lixa de unha, gilete ou creme de barbear eles te dão como cortesia). Agora é ir dormir para acordar às 5 da manhã!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Grand Bazaar e banhos turcos em Istanbul

Uma coisa de negativo precisamos falar sobre os armênios: eles não sabem se comportar em avião! Além de se amontoarem e furarem a "fila" do check-in, dentro do avião todo mundo fica de pé, fala no celular a vontade e ignora as broncas da aeromoça. Todo mundo quer trocar de lugar e todo mundo fica de pé conversando! Assim que o avião toca o chão metade das pessoas levanta, pega as malas e corre para a frente antes mesmo do avião taxiar. Eles saem do avião com a maior pressa do mundo e a gente acaba entrando no embalo achando que tem que correr. No fim chegamos antes de todos na imigração porque já conhecíamos os atalhos do aeroporto de Istanbul.

Nosso vôo Yerevan-Istanbul que já seria ruim às 3:45 da manhã atrasou uma hora e ficou ainda pior. Chegamos em Istanbul já no começo da manhã. Conseguimos pegar um early check-in, tomamos café-da-manhã e fomos dormir umas 8:30. A manhã estava perdida.

Acordamos às 14hs e pegamos um táxi para o Grand Bazaar. O trânsito estava péssimo, nos lembramos de São Paulo e imediatamente já deu saudades de Yerevan, mas chegamos no bazaar sem problema algum com o taxista. Ao contrário do que esperávamos o bazaar é amplo, em uma construção fechada, com temperatura amena (acho que tem ar-condicionado) e com vendedores bem menos agressivos do que o esperado. A camisa do Brasil fez bem mais sucesso aqui do que em Yerevan, onde passou um dia totalmente desapercebida. Fomos chamados várias vezes e falamos portunhol em quase todas as lojas, o que mostra o quanto os brasileiros estão vindo para a Turquia (e comprando). A Juli fez comprinhas e depois comemos doner kebab e falafel (total do almoço, 16,5 liras ou R$18).

Em seguida fomos para Çemberlitas Hamman, um dos famosos banhos turcos. Tem 3 tipos de ingresso: o simples que dá direito a entrar no banho turco (20 euros); o tradicional que inclui alguém pra te esfoliar (30 euros); e o luxo que ainda tem massagem (51 euros). O Leo foi de tradicional e a Juli luxo. Homens e mulheres ficam separados e fomos cada um para um lado, mas ninguém explica nada e ficamos totalmente perdidos. Eles te colocam num quartinho onde você se troca e deixa suas coisas trancadas e não precisa de roupa de banho porque eles te dão aquelas toalhinhas pra você sair enrolado. Em seguida você entra na sala de hamman, uma sala com vapor quente que lembra uma sauna, mas muito maior. De repente entram uns caras (mulheres na ala feminina) de uns 50 anos, gordos e peludos (mulheres idem) e só de toalhinha e te mandam deitar na pedra. Eles passam uma bucha esfoliante em você, depois espuma e te jogam uma bacia de água quente. Fazia uns 25 anos que ninguém nos dava banho! Saindo da sala de banho tem uma ala intermediária onde o cara lavou o cabelo do Leo e acabou fazendo massagem e estralou tudo. Depois da massagem no pé ele veio com um papo de gorjeta, que realmente era merecida pois a massagem foi muito boa (ganhou 10 liras). Já a Juli fez a massagem oficialmente e descobriu no meio que a massagista era armênia. Saindo de lá você vai para um vestiário, toma banho, volta pro seu quartinho e se troca. O processo leva uns 60-90 minutos. Meio estranho mas gostamos e saímos de lá renovados, valeu a visita!

Saímos na frente de uma estação de metrô de superfície e resolvemos ver como era (o Leo adora pegar transporte público para conhecer). Você tem que comprar um jeton (moeda de plástico) por 2 liras em uma máquina e colocar na catraca pra entrar, foi bem fácil. O ruim é que cada baldeação precisa de um jeton, então saiu quase o mesmo preço do táxi mas valeu a experiência. Chegamos no hotel e fizemos uma grande arrumação de malas, já que só vamos viajar com uma malinha para Pamukkale e Capadócia e a mala grande fica em Istanbul. No fim deu certo.

Jantamos no Mekan, excelente restaurante na Eski Çiçekçi sokagi (travessa da Istinkal). Tudo que comemos estava ótimo: salada grega, lula, shish kebab de cordeiro e frango com queijo e cogumelos. O serviço também foi ótimo (com o próprio dono cedendo a mesa dele para nós). Amanhã tem mais.

domingo, 12 de agosto de 2012

Echmiadzin

Começamos o dia fazendo check-out e deixando nossas malas num locker do hotel. Saímos para nosso último dia de tour com nossos amigos e guias da Hyur Services. Ficamos muito felizes de ter tido eles como guias e recomendamos a Hyur para quem vier para a Armênia ( http://www.hyurservice.com/ ).

Fomos para Echmiadzin que é a Igreja Mãe de todas as igrejas armênias onde fica o "Catholicos" (o "Papa Armênio"). Pelo fato da Armênia ter sido o primeiro país a oficializar o Cristianismo como religião do Estado, Echmiadzin é considerada a primeira igreja cristã do mundo. Além disso, hoje se comemora a Ascensão da Mãe de Cristo, um dia em que as uvas são abençoadas e distribuídas para os visitantes. Por este motivo a Armênia toda estava lá assistindo à missa e nós só conseguimos ficar dentro da igreja por alguns minutos pois o calor de 40 graus também não ajudava. Mesmo assim foi emocionante estar ali, especialmente para a Juli. Também fazem parte do complexo um mosteiro, uma igreja só para batizados e a casa do Catholicos. Em seguida visitamos as igrejas de Gayane e Hripsime, ambas erguidas em homenagem à freiras que foram massacradas antes da adoção do Cristianismo e que são consideradas as primeiras mártires armênias. Por fim visitamos Zvartnots, ruínas de um templo do século VII que especialistas de hoje relutam em aceitar que tenha sido construído naquela época devido a sua complexa arquitetura.

Voltamos para Yerevan e fomos novamente ao Vernissage, agora focados em comprar os souvenirs que tínhamos gostado no dia anterior. Almoçamos no Afrikanner, deserto no almoço de domingo mas com ótima comida armênia. Voltamos para o hotel e como não tínhamos mais quarto ficamos na piscina e vimos o Brasil perder da Rússia na final do vôlei masculino (os garçons armênios estavam torcendo pra Rússia). Foi o tempo exato da Tia Alice chegar para nos levar para jantar na sua casa, onde ela preparou um verdadeiro banquete com todas as comidas armênias possíveis, apenas para nós. Foi divertido tentar se comunicar em armênio já que ninguém falava inglês mas a Juli conseguiu conversar por 2 horas. Conhecemos seu filho e a esposa além dos dois netos adolescentes. Como toda boa mentz-mamá armênia não parava de insistir para que comêssemos mais. Todos ficamos muito felizes pelo encontro e depois eles nos levaram até o hotel.

Ainda tínhamos mais 4 horas para matar até o vôo para Istanbul e ficamos enrolando no hall do hotel e no Moscafé (ao lado do hotel, ambos com wifi). Em breve partimos para o aeroporto.

Vernissage e Cascade

Ontem foi dia livre aqui em Yerevan. Não tínhamos tour com a Hyur, acordamos mais tarde e às 11 horas encontramos o Levon Ladjikian (do Ministério da Diáspora) com quem fomos no Vernissage. É uma feirinha que vende de tudo: roupas, enfeites, prataria, antiguidades, etc. O calor estava intenso e às 14h voltamos para o hotel para descansar. No final da tarde, fomos ao Cascade e dessa vez conhecemos a parte interna do monumento: várias galerias e exposições e escadas rolantes internas, para quem não quiser escalar o monumento sob um sol de 40 graus (como fizemos no primeiro dia!). Na volta, assistimos à triste derrota no futebol de Brasil x Mexico, arrumamos as malas e jantamos no The Club, um restaurante chique, com design rústico, no subsolo da Tumanyan Street, 40.

Algumas curiosidades:
- aqui passou a novela "O Clone" da Globo e fez tanto sucesso que vendiam jóias como as da Jade no Vernissage
- é muito comum encontrar bebedouros na ruas, mas eles são como pequenas fontes que você se abaixa e bebe água sem pôr as mãos em nada; alguns podem se sentir como um cavalo! A água da armênia é excelente em todo os lugares e vem direto das montanhas
- Yerevan também é conhecida como cidade rosa devido à cor rosada da pedra tufa com que grande parte dos prédios foi construída

sábado, 11 de agosto de 2012

Terremoto

Aparentemente teve um terremoto em Yerevan esta tarde. A Juli disse que sentiu a cama tremer e o Leo tinha ido comprar um schaurma e não sentiu nada. Vimos na internet que foi intensidade 3, mas por aqui nada mudou, as pessoas estão andando na rua tranquilamente. A única má notícia foi ter visto o Brasil perder o ouro pro México. Tudo bem conosco e amanhã a noite voltamos pra Istanbul.

Garni e Geghard

Hoje começamos o dia pelo Matenadaran, museu com uma das coleções de livros e manuscritos mais antiga do mundo. Em seguida fomos para Garni, um templo com arquitetura greco-romana misturada com armênia do século I dc, uma especie de partenon, e que depois se tornou residência de verão real a partir do século IV.

Depois fomos para Geghard, um monastério criado por Gregorio, o Iluminador, no século IV, em torno de uma fonte sagrada, encravado no meio das montanhas. A capela principal foi feita em 1235. Todas as igrejas ali estão incrustadas nas montanhas, a construção é realmente impressionante, e uma série de khachkars (cruzes entalhadas em pedra) estão espalhadas pelo local.

Voltamos para Yerevan cedo e nossos guias quiseram continuar nos agradando. Primeiro passamos pela antena de tv que fica no topo da cidade e tem 300 metros de altura (não dá pra subir). Depois ao falarmos que queríamos jantar no restaurante Parvaná eles falaram que era bom reservar e nos levaram de carro até lá. Fizemos a reserva e a Sir perguntou se já queríamos escolher a comida. Aparentemente isso é bastante comum por aqui e não seria nada mal para os jantares de famílias grandes no Brasil.

Eles nos deixaram na fábrica de conhaque e vinhos Noy (Noé), que já foi uma fortaleza militar e até pouco tempo atrás também fabricava o famoso conhaque Ararat. A construção é enorme e foi uma das que mais nos impressionou quando entramos na cidade. Fizemos uma visita guiada de 1 hora com uma família francesa de quem ficamos amigos no final. Degustamos um vinho de 6 mil dólares e depois conhaque de 10 e 20 anos. Ao contrário do que se esperaria em qualquer lugar com uma tradição mais capitalista, não tinha lojinha e ninguém tentou nos vender nenhuma das bebidas. Até perguntamos se tinha pra comprar um vinho parecido com o que tomamos e a guia se limitou a dizer que não. Um famoso escritor russo deixou esta célebre frase na adega: "É mais fácil escalar o Monte Ararat do que ir embora da adega Ararat" - Gorky. O conhaque armênio também é conhecido por ter sido o preferido de Winston Churchill.

De lá fomos almoçar um schaurma novamente. Existem 3 restaurantes lado a lado e estamos experimentando todos. Quando estávamos na fila encontramos 3 brasileiros que estão aqui para tocar gaita em uma apresentação que reúne armênios da diáspora. Comemos com eles e descobrimos que são primos da Juli! Descobrimos também que o melhor do schaurama é o molho de alho, que só vem na versão extra, que não pedimos porque achávamos que a diferença era apenas o tamanho, então amanhã vamos ter que comer de novo. Custa 850 drams (cerca de R$4,25) e pode ser de frango, carne ou carne de porco.

A noite fomos jantar no Parvaná que é um restaurante muito legal. Ele é todo aberto e tem uma grande pista de dança ao ar livre, onde todos dançam música armênia como se fosse um casamento. Tem uma área onde senhoras estão fazendo lavash (pão armênio). A comida foi uma das melhores que comemos: o Leo pediu stroganoff (escrito assim mesmo e com sabor parecido com o que comemos no Brasil) e a Juli kebab e buffalo matzun (o mais parecido com a coalhada brasileira que encontramos até agora). O jantar saiu 8000 drams (R$40). O Parvaná fica a 4km do centro então o melhor é ir de táxi, que sai 600 drams (R$3)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Khor Virap e Tatev

Hoje saímos mais cedo com destino a Khor Virap (40km) e Tatev (260km de Yerevan). Como a viagem para Tatev é longa abrimos mão de Noravank (monastério) e Areni (vinícola). De Khor Virap conseguimos ver o Monte Ararat pela primeira vez, mas ainda meio encoberto pelas nuvens. Lá há construções do século VII e o poço onde Gregório O Iluminador ficou preso por 13 anos. Um dia a filha do Rei Trdat sonhou que Gregório poderia curar seu pai enfermo, o que de fato ocorreu quando ele foi retirado do poço. Percebendo a força da religião de Gregório, o Rei decretou o cristianismo como religião oficial do Estado, em 301 dc.

Seguimos caminho por estradas montanhosas e bem conservadas (melhores que a maioria das brasileiras), com paisagens bonitas. As paradas nos vilarejos de beira de estrada são sempre curiosas. Nossos guias são a Siranoush, de 21 anos que se formou em Letras, e o motorista Capo, um pouco mais velho e que morou 5 anos na California. Os dois falam inglês bem e são uma ótima companhia. O Capo está sempre tentando nos agradar: já comprou comidas típicas nas paradas, nos deixou usar seu celular pra ligarmos pra Tia Alice ( e a Sir combinou tudo com ela) e ontem até parou o carro no meio da estrada pra pegar pedras de enfeite para a Juli. Estamos sempre perguntando sobre como era a vida no período da União Soviética e curiosamente ele diz que a vida era melhor. Ele diz que é verdade que só existia um tipo de cada produto e que no final havia filas enormes pra conseguir alimento, mas ele diz que todo mundo tinha emprego e a economia era melhor. Pessoas que estivessem vadiando em horário comercial iam para a cadeia por 15 dias se não tivessem uma explicação plausível. O governo conseguia emprego para todos. Muitas fábricas deixaram de funcionar com o fim da URSS. É muito legal ouvir essas histórias e temos vontade de conhecer outros países da ex-URSS.

Outro ponto interessante é o de Karabakh. É uma região com maioria da população de origem armênia, que durante o período soviético foi decretada como parte do Azerbaijão mas que recentemente declarou independência e militarmente a conquistou. Algumas fontes dizem que os acordos diplomáticos ainda não foram totalmente finalizados (não sabemos bem por que); a Sir e o Capo dizem que já é um país reconhecido pela ONU, que tem prédios públicos, eleições, etc, mas temos nossas dúvidas. Em todos os mapas turísticos que temos da Armênia são mostrados os dois países separados com suas respectivas bandeiras. A capital de Karabakh é Stepanakert e o idioma é similar ao armênio.

Chegamos em Tatev por volta das 15hs e almoçamos no restaurante na frente do bondinho. A vista de lá é maravilhosa e a comida também foi boa. Pegamos o bondinho que é o maior do mundo, com 5,7km de extensão. Foi construído por uma empresa Suíça então com certeza é seguro e a visa durante o trajeto de 10-15 minutos é sensacional! Chegamos no monastério de Tatev que tem construções a partir do século IX em diante. É ótimo ver um lugar desses sem estar abarrotado de turistas, pudemos andar livremente por todas as igrejas e construções, sempre nos deparando com vistas magníficas. Estávamos na dúvida se valia fazer uma viagem tão longa, mas agora podemos dizer que valeu muito a pena! Voltamos em 3h20 sem paradas.

Jantamos no Our Village / Mergyugh mas não gostamos muito não. Já estávamos cansados, chegamos e a mulher perguntou se tínhamos reserva; como não tínhamos ela nos colocou numa mesa numa sala fechada, que começou a ficar muito quente. Comemos herise, um kofté diferente e tabule. A Juli pediu um suco de romã (muito amargo!) e o Leo tomou uma cerveja russa Aleksandropol. O local, como o próprio nome diz, parecia uma vila antiga (inclusive os pratos e copos eram de ceramica) e uma banda típica tocava ao vivo.

Dilijan e Sevan

Logo pela manhã pegamos a estrada para Dlijian, a 120km de Yerevan. A estrada é boa e, após passar por um túnel de 2km, o cenário muda completamente: a paisagem mais árida se transforma em uma floresta, a temperatura fica mais amena e entramos no Parque Nacional de Dilijan.

Ficamos impressionados com a beleza da região, que conta com vários resorts. Visitamos o monastério de Haghartsin (séculos X e XI) e lá assistimos a um casamento local, bem simples. O monastério está sendo reformado por um sheik árabe, pois sua esposa se apaixonou pelo local quando visitou Dilijan.

Depois fomos para Goshavank, em homenagem ao cientista medieval Mkhitar Gosh. Foi um dos mais famosos centros culturais e religiosos da armênia medieval. Lá vimos uma khachkar (cruz típica armênia entalhada na pedra) de 1291.

Seguimos para o Sevanavank, monastério de 874 que fica no alto do Lago Sevan, com uma vista espetacular. Almoçamos um peixe chamado sig, delicioso, e lógico que o Leo quis mergulhar no Lago Sevan, o segundo mais alto do mundo (depois do Titicaca) a 1900m de altura.

Conseguimos falar com a Tia Alice (prima da mãe da Juli) e ela nos encontrou no hotel no final da tarde. Todos ficamos muito felizes e ela e a Juli conversaram bastante em armênio (ela não fala uma palavra em inglês). Demos pra ela algumas fotos do casamento, ela adorou. Marcamos de jantar na casa dela no domingo a noite. O Leo está aprendendo armênio e conseguiu falar "Hadjelie tzes destner" (prazer em conhecê-la). Outras expressões úteis para quem vier pra cá:

Shinor hagalen - obrigado
Che - não
Ayo ou Rá (mais informal) - sim
Lamahjun - esfiha
Shawarma - churrasquinho grego
Kofté - kibe
Meg - um
Yergu - dois
Parev - olá
Hantrem - de nada, no problem
Hantrumem - por favor
Angleren hossumekh - você fala inglês?
Karetchur - cerveja
Tchur - água
Kanis sé - quanto custa?
Hadjelie tzes destner (ou handibel) - prazer em conhecê-lo(a)

Depois fomos jantar no Restaurante Ararat, na Republic Square, que tem um ótimo show de danças típicas armênias. No final do show o apresentador chamou a Juli para o palco e fez um concurso de dança armênia. Competindo contra uma egípcia, uma espanhola e uma russa a Juli ganhou e levamos pra casa 30% de desconto e uma garrafa de vinho de presente!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Yerevan Erebuni

Hoje era nosso primeiro dia de tour com a Hyur Services. Marcamos de sair às 10 para não ter que acordar tão cedo. O café da manhã do hotel foi muito bom, tem desde amoras até bastrma, soudjough e matzun...

Na saida fomos surpreendidos pela chegada do Levon Lachikyan, chefe do Ministério da Diáspora para as Américas, que sabia que estaríamos no Golden Tulip, e foi extremamente amável, disposto a nos mostrar a cultura armênia, pois também é artista e crítico de arte. Marcamos de nos encontrar novamente no sábado para ir ao vernissage.

O museu de Erebuni foi a primeira parada do tour, onde vimos a extensão do Império de Urartu (antiga região da Armênia) e a construção da cidade de Erebuni, que deu origem à atual Yerevan. Visitamos as ruinas, que são mais antigas que Roma, e depois seguimos para o Memorial do Genocídio Armênio.

Lá (cujo nome é Tsitsernakaberd) assistimos à apresentação em francês, pois o guia em inglês estava de férias, mas o Leo conseguiu entender quase tudo e pôde descobrir com mais profundidade a história do genocídio armênio. Interessante notar que muito do discurso de Hitler teve origem nas ideias de turquificação e dizimação de uma raça (a "solução final") que culminaram com o genocídio. Outro fato curioso é que Steven Spielberg quis fazer um filme sobre o genocídio e foi inibido por motivos políticos. Saímos de lá emocionados...
O monumento principal simboliza a união das duas armênias (a atual e a que hoje é ocupada pela Turquia).

Depois visitamos quatro igrejinhas, cada uma com sua peculiaridade: uma ficava em um canyon, outra era minúscula, outra tem os restos mortais de São Jorge (e um pomar cheio de salor, ameixas, que o guia colheu para a Juli) e outra do Mesrob Mashdotz, criador do alfabeto armênio.

Voltamos a tardinha, almoçamos um belo shawarma (churrasquinho grego delicioso) na Av. Tumanyan, descansamos e agora estamos no Diamond Pizza, um restaurante com cardápio de 38 páginas, na Republic Square, que tocou até Michel Teló. Dica: o 4o andar é mais tranquilo e tem vista melhor que o 5o.

Na Republic Square (antiga Lenin square), toda noite tem um show das fontes dançantes. Interessante que várias das músicas eram trilhas sonoras de filmes americanos, como Star Wars, Rocky e Rei Leão. A praça é maravilhosa e se Victor Higo disse que a Grand Place de Bruxelas é a mais bonita do mundo é porque ele não veio pra Yerevan.

Primeiro Dia em Yerevan

Chegamos em Yerevan por volta das 3:30 da manhã (tem fuso de uma hora a mais que na Turquia). Apesar da todas as cabines de imigração estarem funcionando a fila era grande e demorou uns 40 minutos. Não tem distinção de fila entre residentes armênios e estrangeiros e na verdade acho que os únicos estrangeiros éramos nós. É possível pegar o visto na chegada do aeroporto (nós já tínhamos) e mesmo de madrugada esta seção estava funcionando normalmente. O pessoal continuava furando fila mas o cara atrás de nós percebeu que éramos de fora e até insistiu para irmos na frente em um afunilamento. A mulher da imigração foi muito simpática e tinha certeza que a Juli era uma das famosas cantoras armênias chamadas Arshakian sisters, foi muito engraçado. Nosso transfer estava nos esperando e fomos para o hotel.

Ao entrar na cidade de táxi já deu pra perceber que era interessante e que gostaríamos daqui: as construções quadradas e diferentes me faziam lembrar da União Soviética (para o Leo; a Juli disse que lembrou dos filmes armênios que o seu avô mostrava para os netos) e às 4 e pouco da manhã de um domingo havia quiosques de comida abertos na rua, mas sem público. Chegamos no Golden Tulip, fomos muito bem atendidos e gostamos muito do hotel: muito bonito, tudo com aparência de novo, quarto espaçoso e ótimo chuveiro. Colocamos o alarme para o meio-dia mas só conseguimos acordar umas 2 da tarde.

Saímos do hotel com medo de não ter nada aberto para o almoço, mas a cidade estava bombando. Sentamos no café L'orange, na Tumanyan street (uma espécie de Oscar Freire) e tomamos café-da-manhã. Começamos a andar pela cidade e gostamos muito de tudo. Conseguimos superar os desafios de fazer compras no supermercado e na farmácia (a Juli conseguiu se comunicar muito bem, fazendo perguntas e tudo mais). Estava muito calor e acabamos voltando pro hotel e indo pra piscina que fica na cobertura.

No fim da tarde fomos para o Cascade, uma praça e escadaria onde as pessoas vão para ver o pôr-do-sol. Subimos tudo mas estava meio nublado, lá em cima dá pra ver a cidade toda com destaque para a Opera, e tem vários plateaus durante a subida com laguinhos e esculturas, bem legal. Parece que lá de cima dá pra ver o Monte Ararat em dias sem nuvens.

No caminho de volta passamos por uma série de cafés nas praças, todos cercados de verde, com sofazinhos, muito agradáveis. Apesar de ser 2a feira havia muita gente nos cafés e nas ruas. Sentamos em um desses mas era muito espalhado e vimos que não íamos ser atendidos tão cedo, então saímos e fomos para outro quase igual e mais barato (Rich Cafe, na região da Square of France/Opera). Tinha narguilé, tomamos uma cerveja e comemos pizza e salada grega (não tinha comidas típicas, mas a pizza era muito boa!). O curioso é que eles cobram para você sentar nos sofazinhos, que eles chamam de área vip (R$15 que valem a pena). O jantar em si sai mais barato do que qualquer lugar que você possa pensar em ir em São Paulo. Voltando para o hotel continuamos impressionados com a quantidade de gente nas ruas em uma 2a feira a noite; nos disseram que a população realmente aproveita o verão e que muitos armênios que vivem fora daqui visitam as famílias nessa época. Na rua só conseguimos distinguir 2 casais de turistas durante o dia inteiro, o resto parecia ser todo mundo daqui.

Um último fato curioso: em todos os restaurantes os guardanapos são lenços de papel (daqueles bem fininhos), que ficam em caixas estilo kleenex customizadas para cada restaurante. Melhor que aqueles de plástico de padaria do Brasil mas ainda assim longe do ideal.

No dia seguinte faríamos nosso primeiro tour guiado.

domingo, 5 de agosto de 2012

Primeiro dia em Istanbul

Após 12 horas de vôo, chegamos em Istambul. O serviço da Turkish é muito bom, ótimo entretenimento e poltronas espaçosas... Chegamos ao aeroporto e a primeira pegadinha: colocamos uma nota de 5 liras turcas na máquina para trocar moedas; a máquina engoliu nossa nota sem cerimônia e não devolveu moeda alguma. Não tinha nem pra quem reclamar...

Depois de uma hora esperando a mala, pegamos o transfer e fomos pro hotel. O quarto tinha vista pro Bósforo e já estava anoitecendo. Corremos pro bar na cobertura do hotel que estava lotado de gringos high society num ambiente que não estava bem a nossa cara. Saímos e fomos andar na região do Marmara Pera, que é muito agradável, cheia de barzinhos e restaurantes, estilo Vila Madalena. Entramos num restaurante que nos fundos tinha um quintal enorme, aberto, com quase todo mundo fumando (não estamos mais acostumados a isso). O garçom chegou e trouxe uma garrafa d'água de 1,5 litros (toda mesa tinha uma) e além disso não tínhamos nem ideia do que pedir. Acabamos pedindo um iogurte achando que era igual coalhada (não era), uma salada grega e um shish kebab (que não é doner kebab), além de 2 cervejas Efes. Total da conta: 80 liras, mas o cara nunca trouxe o troco e foram mais 10 liras pra conta do prejuízo por não entender como as coisas funcionam aqui.

No dia seguinte acordamos bem cedo pra pegar o city tour que saía às 8:10 da manhã! O café-da-manhã do hotel era muito bom e já fizemos check-out, deixando as malas na recepção. Nosso tour era um mini-ônibus com 5 casais de espanhóis da 3a idade e um ótimo guia. A Juli gostou muito porque apesar de turco ele sabia muito sobre a história da Armênia, inclusive sobre o Genocídio (e curiosamente ele era judeu). Começamos visitando o hipódromo (que hoje em dia é só uma praça) e depois a Mesquita Azul, dentro da qual estava muito calor (mesmo sendo 9 da manhã). De lá fomos para a Haya Sofia, que foi o lugar que mais gostamos do dia. Ela já foi igreja católica ortodoxa, depois virou mesquita e hoje em dia é um museu. O legal é que eles tentaram restaurar obras de arte católicas que haviam sido cobertas por cimento no período otomano.

Em seguida fomos na loja de tapetes Matis, onde um vendedor muito eloqüente conhecia até o Guarujá e outro era descendente de armênios. A Juli conversou bastante com ele e entendeu tudo (apesar dela negar) e tivemos um tempo livre para passear pela região de Çemberlitas. Almoçamos no Olives e depois seguimos para a Mesquita do Rustem Pasa (interessante, porém as mesquitas são relativamente parecidas). A última parada foi no Topkapi Palace, com mais de 240 quartos, onde os sultões vivam e mantinham seu harém! A vista para o Bósforo era bem bonita e ali estão algumas das jóias do império, como um dos maiores diamantes do mundo.

Voltamos para o hotel para pegar as malas, esperamos 2 horas e pegamos o transfer de volta para o aeroporto. No check in da Armavia (operado pela Atlas Jet), foi engraçado ver tantos armênios juntos, conversando e "causando" com suas bagagens gigantescas! Na hora do embarque, nada de fila, todos se aglomeraram na porta do gate, furando fila na cara dura. Fomos a quarta pessoa a chegar na fila e 1 minuto depois umas 20 pessoas já tinham passado na nossa frente. Embarcamos no vôo das 23:45 e lá se vai mais uma noite sem dormir, mas vai valer a pena. Estamos muito empolgados em chegar na Armênia e amanhã é dia livre para fazer as coisas no nosso timing.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Rumo à Armenia (com passagem pela Turquia)

Já pedimos o primeiro vinho, ainda no Aeroporto de Guarulhos, para entrar no clima de férias. Nos despedimos também das Olimpíadas, pois vai ser difícil acompanhar por lá. Finalmente, depois de 30 anos, eu (Juli) vou conhecer a terra de que tanto ouvi falar e pela qual tenho tanto amor, mesmo ainda sem conhecer pessoalmente. E, melhor, acompanhada do meu marido! Muita expectativa e ansiedade, agora é so entrar no avião, esperar 12 horas e chegar à primeira parada: Istambul.