Seguimos caminho por estradas montanhosas e bem conservadas (melhores que a maioria das brasileiras), com paisagens bonitas. As paradas nos vilarejos de beira de estrada são sempre curiosas. Nossos guias são a Siranoush, de 21 anos que se formou em Letras, e o motorista Capo, um pouco mais velho e que morou 5 anos na California. Os dois falam inglês bem e são uma ótima companhia. O Capo está sempre tentando nos agradar: já comprou comidas típicas nas paradas, nos deixou usar seu celular pra ligarmos pra Tia Alice ( e a Sir combinou tudo com ela) e ontem até parou o carro no meio da estrada pra pegar pedras de enfeite para a Juli. Estamos sempre perguntando sobre como era a vida no período da União Soviética e curiosamente ele diz que a vida era melhor. Ele diz que é verdade que só existia um tipo de cada produto e que no final havia filas enormes pra conseguir alimento, mas ele diz que todo mundo tinha emprego e a economia era melhor. Pessoas que estivessem vadiando em horário comercial iam para a cadeia por 15 dias se não tivessem uma explicação plausível. O governo conseguia emprego para todos. Muitas fábricas deixaram de funcionar com o fim da URSS. É muito legal ouvir essas histórias e temos vontade de conhecer outros países da ex-URSS.
Outro ponto interessante é o de Karabakh. É uma região com maioria da população de origem armênia, que durante o período soviético foi decretada como parte do Azerbaijão mas que recentemente declarou independência e militarmente a conquistou. Algumas fontes dizem que os acordos diplomáticos ainda não foram totalmente finalizados (não sabemos bem por que); a Sir e o Capo dizem que já é um país reconhecido pela ONU, que tem prédios públicos, eleições, etc, mas temos nossas dúvidas. Em todos os mapas turísticos que temos da Armênia são mostrados os dois países separados com suas respectivas bandeiras. A capital de Karabakh é Stepanakert e o idioma é similar ao armênio.
Chegamos em Tatev por volta das 15hs e almoçamos no restaurante na frente do bondinho. A vista de lá é maravilhosa e a comida também foi boa. Pegamos o bondinho que é o maior do mundo, com 5,7km de extensão. Foi construído por uma empresa Suíça então com certeza é seguro e a visa durante o trajeto de 10-15 minutos é sensacional! Chegamos no monastério de Tatev que tem construções a partir do século IX em diante. É ótimo ver um lugar desses sem estar abarrotado de turistas, pudemos andar livremente por todas as igrejas e construções, sempre nos deparando com vistas magníficas. Estávamos na dúvida se valia fazer uma viagem tão longa, mas agora podemos dizer que valeu muito a pena! Voltamos em 3h20 sem paradas.
Jantamos no Our Village / Mergyugh mas não gostamos muito não. Já estávamos cansados, chegamos e a mulher perguntou se tínhamos reserva; como não tínhamos ela nos colocou numa mesa numa sala fechada, que começou a ficar muito quente. Comemos herise, um kofté diferente e tabule. A Juli pediu um suco de romã (muito amargo!) e o Leo tomou uma cerveja russa Aleksandropol. O local, como o próprio nome diz, parecia uma vila antiga (inclusive os pratos e copos eram de ceramica) e uma banda típica tocava ao vivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário