quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Dia 4 - Palmas, Ilha do Canela e Taquarussu

Acordamos muito mais tranqüilos por não ter compromisso de horário com o grupo. Tomamos café com calma e fomos para a Praia da Graciosa. Praia, em Tocantins, como assim? Pois é, existem muitas praias fluviais no estado. Desde que construíram uma hidrelétrica no Rio Tocantins formou-se um grande lago ao lado de Palmas (antes o nível da água variava muito mas agora ficou estável). Nos contaram que a praia antes tinha muita estrutura pro turismo e muitos quiosques. Chegamos lá e estava vazia, dia nublado e parece que nos feriados muita gente volta pras suas cidades natais. Os quiosques (que estão mais para restaurantes) ainda estão funcionando por lá no calçadão acima da praia. Pegamos um barco pra Ilha do Canela (R$10 ida e volta, 20 minutos de trajeto) e ficamos maravilhados! Uma ilhazinha pequena, no meio do "lago", com um gramado no meio, areia de praia, coqueiros, quiosques para você sentar dentro da água e tomar uma cerveja e um peixe delicioso no restaurante. Era isso que precisávamos para relaxar! A única desvantagem era o sertanejo na caixa de som que não tinha como fugir, mas até disso nós gostamos (depois de horas e horas de som diversificado no jipe do Jalapão estamos ouvindo de tudo). O restaurante traz um isopor com latinhas de cerveja e você fica na praia numa boa, sensacional! As praias fluviais aqui já tiveram muitos ataques de piranha (a hidrelétrica desequilibrou o ecossistema e ainda se come muito tucunaré que é o predador natural da piranha) mas agora eles colocam telas isolando as praias (na Ilha do Canela não é diferente).

Saímos de lá e fomos para a Tirolesa Vôo do Pontal, a segunda maior do Brasil com 1300 metros de comprimento. Ela sai do topo de uma montanha e termina em uma agradável chácara de donos simpáticos e atenciosos. Para subir até o alto da montanha são 25 minutos na caçamba de um caminhão. Ao subir na plataforma e olhar lá pra baixo realmente dá medo mas os instrutores são ótimos e explicam tudo com muito detalhe. A Juli subiu na plataforma e decidiu que não ia, mas o instrutor (Ademir) passou muita confiança e ela acabou indo, mais um passo para superar o medo de altura! Ficamos um tempo conversando com um senhor que estava "parando" na chácara enquanto esperávamos o guia do grupo ir nos buscar (eles estavam em umas cachoeiras próximas e desistiram de fazer a tirolesa).

O guia nos pegou e encontramos o grupo no centro de Taquarussu onde estava rolando um bloquinho de carnaval! Bandas ao vivo, música boa, cerveja e tudo bem organizado, realmente surpreendente. Devia ter umas 200 pessoas. Quem disse que no Tocantins não tem carnaval?! Voltamos pra Palmas, comemos uma pizza com o que restou do grupo (alguns já tinham ido embora) e fomos dormir. No dia seguinte acordamos e já fomos para o aeroporto pegar o vôo de volta. Apesar de cansativa, a viagem foi muito legal e conhecemos um lugar bem diferente e um povo muito simpático no meio do nosso Brasil

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Jalapão - dia 3

Acordar às 3:45 da manhã foi duro. Tínhamos ficado na dúvida se íamos nesta trilha da Serra do Espírito Santo ou não, acabamos indo e não valeu a pena. Uma hora de carro sacolejando e depois uma hora de subida de montanha cheia de pedras a noite (quase todo mundo com lanterna, mas o ideal teria sido levar lanterna de cabeça, pois é necessário usar as mãos em diversos trechos para não cair!). Chegando lá em cima não deu pra ver o sol nascendo porque estava meio nublado. A chuva ameaçava cair, mas só garoou. Andamos mais 6km (ida e volta) no plateau lá em cima para ver as dunas, era uma vista "ok", mas que não valia todo o esforço (o Ajeitadinho diria que é igual à Imigrantes... apesar do grupo não ter gostado muito da comparação). Um passeio que não recomendaríamos para qualquer um, vale só a pena para quem gosta da aventura de uma trilha por si só (o que não é exatamente nosso caso, gostamos de uma "recompensa" no final, que geralmente é uma vista diferenciada ou um lugar pitoresco). Voltamos para a pousada, arrumamos as coisas e entramos no jipe para começar o caminho de volta à Palmas (cerca de 11 horas, com paradas)

A primeira parada foi em São Félix onde fomos no Fervedouro do Alecrim (não tão legal quanto o primeiro, mas ainda assim honesto). Em seguida almoçamos uma boa comida caseira na Pousada e Restaurante Jalapão com cozinheiras muito atenciosas. Mais alguma horas e chegamos no Morro Vermelho na Serra do Gorgulho. A lanchonete estava fechada mas ainda assim fizemos uma trilhinha de uns 15 minutos que terminou em cima de umas pedras com vista maravilhosa (muito melhor que a do passeio da madrugada e com muito menos esforço). A trilha tinha uma pequena escalada com jeito de rapel na qual a Juli superou seu medo e se saiu muito bem! Saímos de lá já de noite e umas 2 horas depois chegamos em Novo Acordo, comemos um pastel e seguimos para Palmas (de Novo Acordo pra frente a estrada é asfaltada)

Chegamos em Palmas totalmente acabados. O pessoal ainda saiu pra comer mas a gente tomou a ótima decisão de pedir um lanche no quarto. Decidimos também abandonar o grupo nos passeios do dia seguinte (que seriam as cachoeiras do Taquarussu). Ainda que nosso grupo tenha pessoas muito legais, o convívio nestes 3 dias foi muito intenso e queremos fugir um pouco do ambiente fechado de um jipe. Isto é uma coisa que não esperávamos: as distâncias são muito grandes e 90% do tempo se passa dentro do carro e quase não fizemos caminhadas. Tem que ter paciência, mas pode ser uma boa opção para quem quer conhecer lugares legais e não gosta de caminhar muito.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Jalapão - dia 2

Começamos o dia 2 com um imprevisto: o guia batendo na nossa porta dizendo que eram 8h15 sendo que tínhamos que estar prontos às 8! Olhei o celular e eram 7h15, achei que ele estava brincando de apressar as pessoas mas logo descobri que não. Saímos correndo, pegamos um sanduíche no café-da-manhã e entramos no carro: eu tinha arrumado o celular pro horário daqui (sem horário de verão) mas quando ele pegou sinal da Claro ele voltou mais uma hora sem eu saber. Faz parte.

A primeira parada do dia foi a comunidade de Mumbuca, que faz peças de artesanato com capim dourado. A Juli fez a festa e compramos fruteiras, brincos, caixinhas e afins. Tinha até um tipo de viola feito lá e eles cantaram e tocaram pra gente.

Em seguida fomos para o fervedouro, que foi sensacional! É um lago pequeno de areia branca cuja água brota do fundo e você não consegue afundar de jeito nenhum. E do lado tem um riacho legal (também com correnteza forte) pra tirar a areia do fervedouro. Demos muita sorte porque pegamos um grupo saindo e saímos com um grupo chegando (e só podem entrar 6 pessoas por vez).

Na seqüência fomos para a Cachoeira da Formiga, muito bonita e onde ficamos cerca de 1h30. Tem máscara e snorkel e dá pra ver uns peixinhos no rio. Uma coisa que a Juli adorou é que as águas das cachoeiras daqui não são tão geladas! O dia também ajudou e fez sol na medida certa, sem ficar um calor insuportável.

Almoçamos novamente no Rancho 21 e o maior sucesso foi o mousse de cupuaçu de sobremesa. A tarde fomos nas Dunas que são o cartão postal do Jalapão. Tinha mais gente por lá e não deu pra ver o sol se pondo porque estava meio nublado, mas ainda assim foi muito bom. Dá pra andar um monte pelas dunas e nadar numa lagoa no meio delas. Na volta para a pousada o céu estava incrivelmente estrelado e paramos no meio da estrada com tudo apagado para apreciar.

A noite jantar rápido no Rancho 21 para tentar ir dormir cedo já que no dia seguinte teríamos que sair às 4 da manhã.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Jalapão - Dia 1

Nosso dia começou saindo às 8 da manhã de Palmas debaixo de muita chuva. Depois de 2hs chegamos em Ponte Alta para abastecer e nosso destino final seria a cidade de Mateiros no final do dia. Até Ponte Alta a estrada é asfaltada mas dali pra frente só pegamos estradas de terra nas mais variadas condições. Um veículo 4x4 é fundamental! No meio do caminho paramos na Gruta do Sussuapara, uma gruta com um riozinho no meio pelo qual andamos uns 100 metros. Mais pra frente, já com dia ensolarado, fomos na Cachoeira da Velha, uma cachoeira enorme que de tão grande não dá nem para entrar pra nadar. Alguns quilômetros a frente paramos na Prainha do Rio Novo, uma praia muito legal e que estava completamente vazia! Nadamos por um bom tempo, tendo que tomar cuidado com a forte correnteza do rio. Tomamos um lanche por lá, que tinha pão, cenoura ralada, banana, melão, barrinhas de cereal e a paçoca daqui (um tipo de farofa com carne seca). Um dos guias esqueceu o presunto e requeijão e foi zuado pelo grupo o resto do dia.

Da prainha até Mateiros foram umas 3 horas (nas quais não cruzamos com um carro sequer), com uma ou outra parada estratégica pro pessoal fazer xixi no meio da estrada. Paramos também no bar da Dona Abenita (na entrada das Dunas) onde tomamos a cerveja mais gelada do Jalapão e experimentamos uma cachaça com jalapa (uma planta que adoça a cachaça e dá nome à região).

Estamos em um grupo de 11 pessoas e curiosamente somos o único casal (e tirando 2 cariocas todas as outras pessoas vieram sozinhas). Estamos em 2 carros chamados Maindra Scorpion (4x4 e com ar-condicionado) que acomodam até 7 pessoas. O pessoal é gente fina e tem um italiano muito figura que mora há 4 anos no Brasil. No carro usamos aqueles rádios talkabouts da Motorola para nos comunicar com o outro carro enquanto estamos na estrada (celular só pega nas cidades)

Chegamos em Mateiros acabados e jantamos no Rancho 21, uma chácara que faz uma comida caseira deliciosa. Tinha arroz cuxá, feijão, galinha caipira e suco de murici (que tinha cheiro de queijo ralado e ninguém gostou muito). Dormimos muito bem depois de um dia puxado. A pousada onde estamos se chama Panela de Ferro e é ótima (simples mas bem melhor que o hotel de Palmas), tem um bom chuveiro, boa cama, ar-condicionado e frigobar. Saída no dia seguinte programada pras 8hs.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Jalapão - preparativos

Pensando em repetir o excelente Carnaval de 2010 na Chapada dos Veadeiros (longe da folia), decidimos ir para o Jalapão no Carnaval de 2012. O Jalapão é uma região muito pouco habitada e fica no Tocantins próximo das divisas da Bahia, Maranhão e Piauí. Apesar de dificilmente viajarmos com agências de viagem, um amigo que conhecia a região recomendou fortemente que não fôssemos por conta própria, pois as estradas dentro do parque são todas de terra, você precisa ter veículos 4x4 e em caso de qualquer problema a ajuda mais próxima pode estar a algumas centenas de quilômetros. Fechamos o pacote Incrível Jalapão com a Pisa Tur, muito mais por ser uma das poucas que ainda tinham lugares disponíveis em janeiro do que por ter feito uma extensa pesquisa. O atendimento deles até aqui tem sido excelente.

A primeira descoberta foi que não há vôos diretos de São Paulo pra Palmas, tivemos que ir via Brasília. Conseguimos pegar passagens com milhas e sair de Congonhas às 19h45 da 6a feira (horário que seria inviável de sair de Guarulhos - depois descobrimos que tem vôos diretos saindo de Campinas). Novamente nos preocupamos em fazer uma mala pequena o bastante para ir como bagagem de mão, assim fizemos o check-in pela internet e não pegamos nenhuma fila no aeroporto que estava começando a ficar caótico. Tomamos 2 chopps num Quiosque Chopp Brahma do lado do portão 5 (ótima idéia ter um quiosque assim lá) e embarcamos pra Brasília.

Em Brasília tínhamos uma hora de conexão e fomos tentar comer na praça de alimentação, que já estava para fechar (às 22h30). Lá aprendemos mais uma lição: não confie nos painéis de informações de vôos nos aeroportos! Nosso vôo mudou de status Atrasado para Última Chamada em menos de 5 minutos e tivemos que correr com o sanduíche na garganta com medo de perder o vôo.

Chegamos em Palmas e fomos recepcionados pela Ricanato (empresa com a qual vamos fazer todos os passeios aqui) que nos levou para o hotel Lago da Palma. Só dormimos 5 horas para acordar cedo e partir para o Jalapão!

Algumas curiosidades sobre Palmas:
- a cidade não existia antes da criação do Tocantins e foi fundada em 1988. Assim como Brasília também é planejada e os endereços são quadras e não ruas
- a Praça dos Girassóis é a maior da América Latina e nela ficam diversos prédios públicos dos 3 poderes (parece um parque, muito grande e arborizada)
- quase não tem semáforos, só rotatórias que são chamadas de "queijin" (como um mineiro falando queijinho)
- não tem horário de verão, estamos 1 hora atrás do horário de Brasília